O bilionário vietnamita Trinh Van Quyet, de 48 anos, foi condenado a 21 anos de prisão nesta segunda-feira, 5. Fundador e ex-presidente do FLC Group, ele foi considerado culpado por inflar o valor da companhia e manipular ações em uma fraude calculada em quase U$ 150 milhões (cerca de R$ 858 milhões). As informações são da ABC News.
O julgamento durou duas semanas e incluiu outros 49 réus, apontados como cúmplices do empresário. O FLC Group detém a companhia Bamboo Airways, além de negócios no ramo imobiliário que incluem hotéis, resorts e pistas de golfe.
A emissora americana afirma que, segundo a acusação, Quyet inflou o valor da construtora subsidiária FLC Faros, relatando aportes de capital fictícios antes de abrir o capital da empresa, em 2016. Na oferta pública inicial, a companhia vendeu 391 milhões de ações para 30 mil investidores, defraudando esses investidores em U$ 144 milhões (cerca de R$ 824 milhões).
Alguns dos réus foram considerados responsáveis por aprovar e facilitar a oferta pública apesar de saberem sobre as discrepâncias nos valores relatados pela empresa. Todos os 50 réus foram considerados culpados de diferentes acusações, com penas que vão de liberdade condicional a vários anos de prisão.
Duas das irmãs do magnata, Trinh Thi Minh Hue e Trinh Thi Thuy Nga, foram condenadas pelos mesmos crimes que ele e devem cumprir penas de 14 e 8 anos, respectivamente.
A ofensiva do governo vietnamita contra a corrupção mirando o setor privado tem se intensificado nos últimos anos - ela já derrubou dois presidentes e levou à cadeia diversos empresários.
Em abril, a magnata do ramo imobiliário Truong My Lan, 67, foi condenada à morte pelo que foi considerado o maior caso de fraude na história do Vietnã. Ela foi presa em 2022 e acusada de subornar funcionários públicos, violar regulações e desviar dinheiro do Saigon Commercial Bank (SCB). Segundo os promotores, os danos causados pelo esquema somam US$ 27 bilhões (R$ 136 bilhões), valor que é equivalente a 6% do PIB do Vietnã no ano em que Lan foi detida.