A professora Patrícia Braille participou de live (Imprensa/Câmara)
Sexta-feira, 17 de julho de 2020 Navegar pela web é uma ação corriqueira para grande parte dos brasileiros, tão comum que, hoje em dia, é desempenhada de forma quase automática. Para as pessoas com deficiência visual, que correspondem a 6,5 milhões da população do País, no entanto, o acompanhamento do conteúdo compartilhado na internet é realizado de forma diferente, com o auxílio de ferramentas que geram leitura do conteúdo visual. Embora a internet conecte pessoas, quem tem deficiência visual enfrenta barreiras para entender alguns conteúdos. A falta de ferramentas que possibilitassem o acesso a fotos e imagens motivou a professora de Letras Patrícia Braille a criar a Campanha #PraCegoVer. Ela relatou a trajetória deste modelo que tem ganho adeptos no Brasil (e no mundo) na live realizada nesta semana, no perfil do Instagram do Programa 'Parlamento Aberto'. Patrícia relatou que começou a utilizar audiodescrição em um blog para tornar textos acessíveis aos amigos que são deficientes visuais. Com a popularização do Facebook, Patrícia passou a usar na mídia social para o compartilhamento de conteúdo com texto acessível. Em 2012, como meio de convencer mais pessoas a utilizar a audiodescrição, ela criou a Campanha #PraCegoVer, que se popularizou entre os usuários da plataforma e, hoje em dia, a hashtag é utilizada por grandes empresas como Google e Coca-Cola. “Me surpreendo em ver que o #PraCegoVer virou uma metonímia para a descrição de imagem. Tem gente que nem fala mais “cadê a descrição de imagem?” fala “cadê o #PraCegoVer?” porque já virou uma Metonímia, um é sinônimo do outro”, disse Patrícia. A professora, que atua com ações de acessibilidade desde a infância, explicou que #PraCegoVer segue os padrões da audiodescrição, tradução de um signo visual para um signo verbal, isto é, a tradução de uma imagem em palavras. As diretrizes, segundo Patrícia, determinam a criação de um texto com a descrição dos elementos da imagem observando-a da esquerda para a direita e de cima para baixo, como o modo de leitura ocidental. “O #PraCegoVer, como o próprio nome já diz, abre olhos, não só olhos de quem, literalmente, não enxerga, mas também daqueles que mesmo enxergando não conseguem ver a existência das pessoas cegas”, comentou. A disseminação da Campanha possibilitou que a #PraCegoVer se tornasse projeto de lei municipal em Salvador e em Fortaleza. Na esfera federal, a hashtag ainda não está prevista em projeto. De acordo com Patrícia Braille, o Sistema é utilizado por algumas páginas do governo federal como a do MEC (Ministério da Educação) e a da Secretaria dos Direitos Humanos. A hashtag, que foi pioneira no Brasil, também é utilizada em empresas de outros países, segundo a professora. Ela citou como exemplo uma empresa da Austrália que é adepta ao #ForBlindToSee e empresa de Portugal que utiliza a #ParaOsCegosVerem. A professora Patrícia Braille, atualmente, trabalha com o oferecimento de Cursos Livres de Acessibilidade por meio da empresa Palavra-Chave Acessibilidade e com a prestação de serviço de Assessoria de Acessibilidade. Durante a live, o jornalista Erich Vallim Vicente lembrou que Câmara de Vereadores de Piracicaba, que trabalha com a acessibilidade por meio do Projeto 'Câmara Inclusiva', criado através do Programa 'Parlamento Aberto', é adepta as ferramentas de inclusão aos deficientes visuais, com site acessível e a utilização da #PraCegoVer nas redes sociais. Saiba mais em: www.facebook.com/PraCegoVer/posts/1282608151769692/ Acesso o conteúdo As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto. As entrevistas também podem ser acessadas no Canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.