A mobilização iniciada em torno do aumento da tarifa de ônibus ultrapassou as fronteiras do Brasil. Dezenas de manifestações estão sendo organizadas em outros países, em apoio aos protestos realizados em São Paulo, principalmente depois do ato de quinta-feira, 13, marcado pela ação violenta da Polícia Militar. Há eventos marcados pelo Facebook em pelo menos 27 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
A organização dos atos é comandada por brasileiros que moram fora e muitos já têm a confirmação online de milhares de pessoas como é o caso do ato organizado em Dublin, na Irlanda. Marcado para as 13 horas de domingo, 16, o evento tinha, até as 22h50 de sexta-feira, 14, a confirmação de 1.353 pessoas. "Não podemos ficar parados enquanto o Brasil está em luta. Em apoio a todos os brasileiros, vamos sair do Facebook e fazer uma marcha aqui em Dublin", anota o descritivo do evento.
Uma das organizadoras, a catarinense Andréa Cordeiro, de 32 anos diz que tem acompanhado as manifestações no Brasil com atenção. "Ficamos chocados com as ações da polícia. É uma junção de coisas: não só o aumento de uma passagem, mas todo um sistema falho", diz ela sobre os motivos da convocação. Andréa morou em São
Paulo por 22 anos e passa uma temporada em Dublin para aperfeiçoar o inglês.
Essa não é a primeira vez que ela se envolve em manifestações na Irlanda sobre temas polêmicos do País. "Organizamos o movimento contra o (deputado Marco) Feliciano. O cartaz era: não estamos no Brasil, mas Feliciano não nos representa." O protesto começará no Monumento da Luz e seguirá até o Brazilian Day.
Participantes já planejam carregar cartazes e se vestirem com as cores da bandeira.
Muitas das manifestações convocadas pela rede social estão ligadas ao evento chamado Democracia Não Tem Fronteiras. Em geral, os atos estão marcados para terça-feira, dia 18. Além de Dublin, cidades como Paris (França) Madri (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Vancouver (Canadá) e Buenos Aires (Argentina) tiveram atos agendados.
Na Alemanha, das quatro cidades onde estão agendadas manifestações, a maior é a de Berlim. Até sexta-feira, 14, havia 1.206 confirmações. A chamada para o evento compara os acontecimentos de São Paulo com a revolta ocorrida na Turquia.