Com peso de 5,3%, o setor de agropecuária foi o principal responsável pela retração de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. O segmento registrou uma queda de 3,5% nessa comparação. Apesar do movimento do terceiro trimestre, a gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca de La Rocque, ressalta que a agropecuária continua sendo o setor com maior variação positiva na formação do PIB de 2013. No acumulado do ano, o PIB da agropecuária contabiliza alta de 8,1%. Segundo ela, a queda do terceiro trimestre pode ser explicada pelo fim da safra da soja, produto que tem peso elevado no cálculo do indicador. "Só no primeiro semestre, a agropecuária teve uma alta de 12,3%", lembrou. A indústria extrativa mineral é a única no PIB em queda acumulada em 2013. No ano, a atividade contabiliza baixa de 3,5% até o terceiro trimestre. Já na comparação com o igual período do ano passado, a extrativa mineral registrou uma alta de 0,7%. "A produção de petróleo cresceu no trimestre. (...) Mas, no ano, as produções de petróleo e minério de ferro estão patinando", explicou Rebeca. A técnica destacou ainda o setor da construção civil, que tem sido impulsionado pelo crescimento forte do financiamento imobiliário. O PIB do segmento subiu 2,4% na comparação entre o terceiro trimestre de 2013 contra o mesmo período do ano passado. Desaceleração A queda de 0,5% no PIB no terceiro trimestre sobre segundo pode indicar uma desaceleração na atividade econômica, afirmou Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE. No entanto, segundo Olinto, o resultado ainda é pontual e deve ser apenas observado, já que o PIB ainda acumula uma alta de 2,4% no ano, em relação ao mesmo período de 2012. "Nesse momento (no terceiro trimestre), houve algum tipo de desaceleração. Nessa ponta há uma possível desaceleração que deve ser observada. É completamente diferente de ter uma taxa acumulada caindo", ressaltou Olinto. O coordenador do IBGE defendeu ainda que a queda de 2,2% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no terceiro trimestre do ano não é tão significativa quanto o avanço no investimento registrado no acumulado do ano, de 6,5%, ou na comparação com o mesmo trimestre de 2012, quando teve alta de 7,3%. "As séries acumuladas são o que dão efetivamente o movimento (do segmento). A ponta da série (comparação com trimestre imediatamente anterior) indica aceleração ou não", explicou. Na série com ajuste sazonal, que compara o trimestre contra o trimestre imediatamente anterior, a queda de 2,2% na Formação Bruta de Capital Fixo ocorreu após avanços nos três trimestres anteriores: de 1,8% no quarto trimestre de 2012, de 4,2% no primeiro trimestre de 2013, e de 3,6% no segundo trimestre deste ano. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a FBCF subiu 7,3% no terceiro trimestre de 2013, após ter registrado aumento de 9,1% no segundo trimestre. "Essa desaceleração na taxa de crescimento (da FBCF), apesar de ser uma taxa ainda bastante alta, foi o que gerou esse resultado de -2,2% na ponta da série (trimestre contra trimestre anterior)", apontou Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.