O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), chamou nesta segunda-feira (16), de "ideia de jerico" o eventual adiamento da entrada em vigor da norma que obriga a instalação de air bags e freios ABS em 100% dos carros novos já para o início do próximo ano. Ele criticou a justificativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, contrária à mudança. Mantega tem dito que a alteração acarretaria impacto inflacionário com aumento do preço dos automóveis. Em discurso no plenário, o tucano disse que as montadoras brasileiras tiveram cinco anos para se adaptar a essas exigências e que, nesse período, várias empresas foram criadas no País para aumentar a disponibilidade desses "dois equipamentos essenciais para a segurança dos passageiros". Aloysio Nunes Ferreira criticou o fato de Mantega ter dito que, com a exigência atendida, o preço dos carros subiria até R$ 1,5 mil. "É o preço da economia, da economia em vidas que são salvas com a utilização desses dois equipamentos", afirmou. Ele chegou a parafrasear o rei Juan Carlos ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez: "'Por que não te callas?' Para de falar ministro; é melhor, é melhor!" Para o tucano, Mantega não tem ligado para os custos adicionais para o Sistema Único de Saúde (SUS) com o atendimento hospitalar de vítimas de acidentes que poderiam ser poupados com a adoção no início do ano que vem dos novos itens de segurança. "Pelo visto, o ministro da Fazenda não se preocupa com isso. Ele se preocupa em segurar o preço dos automóveis e, com isso, facilitar um pouco mais a vida dessa queridinha do governo do PT que é a indústria automobilística", afirmou Nunes. A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que, desde 2009, houve tempo suficiente para o setor se adaptar as mudanças. "A segurança e a vida dos motoristas, obrigados a circular pelas congestionadas, perigosas e inadequadas rodovias brasileiras, também devem ser assunto prioritário. Não se deve, pois, aceitar, sem questionamentos, a justificativa do governo de que a instalação de air bags e freios ABS aumentaria a inflação em 2014 e elevaria em R$1 mil, em média, os preços dos carros nacionais, abusivos se comparados aos dos importados", criticou, também em pronunciamento.