APÓS 50 DIAS

Alunos da USP Leste encerram greve

Protestavam pela descontaminação do campus e pela escolha de um novo diretor para a unidade

Agência Estado
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30/10/2013 às 13:54.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:15

Alunos, professores e funcionários do câmpus Ermelino Matarazzo da Universidade de São Paulo (USP Leste) decidiram por fim à greve de 50 dias na unidade nesta terça-feira (29). As atividades foram retomadas nesta quarta-feira (30). Desde 10 de setembro, eles estavam em greve para pedir a descontaminação do câmpus, autuado em agosto pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb), por descumprimento de exigências de meio ambiente, e a escolha de um novo diretor para a unidade, interinamente comandada pelo professor Edson Leite. A decisão foi tomada após reunião pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que contou com a presença do presidente da Cetesb, Otávio Okano, e representantes da Superintendência do Espaço Físico da USP. A Cetesb analisa o plano de trabalho apresentado há duas semanas pela USP para descontaminar o câmpus na zona leste. A assessoria da USP Leste afirmou que as aulas foram retomadas nesta quarta-feira e que a universidade aguarda o parecer do órgão. De acordo com os alunos, grupos de trabalho de estudantes, professores e funcionários foram criados para acompanhar o processo de despoluição do câmpus e a eleição de um novo diretor que deve ocorrer no dia 19. "Todas as exigências não foram atendidas ainda, mas conseguimos mais transparência nos documentos ambientais apresentados, a criação dos grupos de trabalho e o afastamento do diretor. Vamos continuar acompanhando e realizando assembleias. semanalmente", afirmou a estudante Mariana Rocha Oliveira, de 23 anos, aluna de gestão de políticas públicas. Exigências A USP Leste não cumpriu 11 exigências de controle e despoluição do solo e, em agosto, foi autuada pela Cetesb. Por estar na várzea do Rio Tietê, toda a área ocupada pela unidade apresenta poluição de solo por gás metano, inflamável. Depois de parte do terreno ser interditada com placas, que informavam haver "contaminantes com riscos à saúde", os alunos, professores e funcionários decidiram entrar em greve em 10 de setembro. Em 2 de outubro, os alunos ocuparam o prédio da administração da USP Leste, em protesto. A reintegração foi determinada no dia 10 pela juíza Carmen Fernandez Teijeiro e Oliveira, da 5ª Vara da Fazenda Pública. Na ocasião, Carmen afirmou que a pauta dos estudantes era legítima, mas disse que a ocupação do prédio prejudicava o funcionamento da universidade. Em 15 de outubro, estudantes e a direção se reuniram na USP Leste para negociar a saída do prédio sem a necessidade de intervenção da Polícia Militar (PM). Não houve acordo. No dia 19 o Batalhão de Choque da PM realizou a reintegração de posse do prédio. A ação aconteceu de surpresa, entre 5 horas e 6h15, segundo a PM. Um oficial de Justiça acompanhou a saída de 31 estudantes do local. Ninguém foi detido. Nesta terça-feira, os alunos puseram fim à greve, mas afirmam que continuarão monitorando o processo de descontaminação do solo e as eleições para a direção da unidade. A Cetesb analisa o plano de trabalho apresentado há duas semanas pela USP para descontaminar o câmpus na zona leste. Veja também Unicamp terá 45 dias para reduzir os supersalários A determinação do TCE faz parte da reprovação das contas da universidade referentes a 2009 e 2006 Entidades defendem debate sobre segurança no campus Enquete indicou que a presença da PM divide opiniões entre universitários Por um debate sem ideologias na Unicamp Mais dois são detidos por morte de aluno no campus Ambos são acusados de agredir estudante com uma facada durante festa clandestina Presença da PM no campus divide opiniões

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