O prefeito de Montreal, Michael Applebaum, detido nesta segunda-feira de manhã pela polícia do Canadá e acusado de "complô, abuso de confiança e atos de corrupção", foi posto em liberdade à tarde.
Após horas de detenção, Michael Applebaum, o primeiro prefeito anglófono de Montreal em 100 anos, não deu declarações.
O episódio faz parte da onda de escândalos que varre a metrópole quebequense, envolvendo políticos, funcionários públicos, empresários e até membros da máfia.
Sorridente, Michael Applebaum chegou às 6h45 (7h45 de Brasília) à sede da polícia de Quebec, em um veículo da Unidade Permanente Anticorrupção (Upac), após ter sido detido em sua casa.
Applebaum é acusado de 14 crimes, entre eles "complô, abuso de confiança e atos de corrupção nos assuntos municipais", disse a Upac, em uma entrevista coletiva.
Os delitos teriam sido cometidos entre 2006 e 2011 - antes que o acusado assumisse a prefeitura - e estão relacionados "essencialmente com a obtenção de licenças e de apoios políticos referentes a dois projetos imobiliários" no distrito então dirigido por Applebaum, afirmou André Boulanger, responsável pelas investigações sobre corrupção em Quebec.
Também foram detidos Jean-Yves Bisson, um ex-funcionário de alto escalão do mesmo distrito dirigido por Applebaum, e Saulie Zajdel, ex-vereador e ex-candidato às eleições legislativas federais pelo partido Conservador, no poder em Ottawa.
Ao todo, há 23 acusações contra Applebaum, Bisson e Bajdal, entre elas "fraude ao governo" e "comissões secretas". Os três serão levados à Justiça em outubro.
Applebaum foi eleito em novembro, após a renúncia de Tremblay. Ele teve de abandonar o cargo, depois que escândalos ligados ao seu governo vieram à tona.
Tremblay, que governou a cidade por uma década, sempre alegou inocência e nunca foi formalmente acusado.