OPORTUNIDADE

Aprendizado que vai além dos livros

Programa Ciência Sem Fronteiras oferece chance para universitários estudarem fora do Brasil

Fabiana Marchezi
correiopontocom@rac.com.br
01/09/2013 às 12:55.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:06

Estudar fora do Brasil é, além de um sonho, uma importante ferramenta para formação acadêmica e pessoal de jovens brasileiros que buscam consolidar suas carreiras e obter bons empregos ao deixar as faculdades. O programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal — que oferece bolsas de estudo no exterior para uma “graduação sanduíche”, pela qual parte do curso é realizada no Brasil e outra parte em uma universidade estrangeira —, tem contribuído para que essa realidade seja cada vez mais possível na vida dos estudantes brasileiros. A meta do programa é oferecer, em quatro anos, 101 mil bolsas. Foto: Divulgação Wallace Souza partiu na semana passada para a Irlanda, onde estudará inglês e fará mais seis meses de engenharia, curso que faz em Jaguariúna O projeto já contemplou alguns alunos da região. Wallace Souza, de 22 anos, que cursa engenharia ambiental, e Rafael Accetturi, de 29, que faz medicina veterinária, foram os primeiros selecionados pela Faculdade de Jaguariúna (FAJ) para viver a experiência de estudar e morar fora do País como bolsistas do programa.A FAJ aderiu ao programa no início deste ano. Com ele, alunos de todos os cursos de graduação e pós-graduação da instituição podem pleitear uma bolsa de estudos em universidades de países como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Austrália, Portugal, Irlanda e Coreia do Sul. O objetivo do governo é possibilitar que os estudantes brasileiros façam estágio no exterior e mantenham contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.Os primeiros estudantes da FAJ contemplados atendem ao perfil de jovens talentos que o governo quer qualificar. Apesar de serem de áreas diferentes, ambos têm em comum o fato de terem estagiado na Embrapa Meio Ambiente, de Jaguariúna, serem alunos com ótimo desempenho acadêmico e atuarem em programas de iniciação científica.Eles ficarão 18 meses no exterior. O futuro médico veterinário Rafael embarcou em julho para estudar na Murdoch University, em Perth, na Austrália, enquanto o futuro engenheiro Wallace partiu na semana passada para a Irlanda, onde fará um intensivo de inglês durante um ano no Institute of Technology Sligo e mais seis meses de graduação na área ambiental.Para a professora Márcia Lima Bortoletto, coordenadora de Projetos Institucionais da FAJ, o apoio da universidade é fundamental para que o aluno consiga ingressar no programa. “Assim que souberam que a FAJ estava entre as faculdades inscritas no Ciência Sem Fronteiras, os estudantes procuraram a direção acadêmica e tiveram total suporte para realizar as etapas necessárias, até receberem a carta final de aceitação. Nós os ajudamos desde a tradução do currículo até a hora do embarque, no aeroporto. É muito satisfatório saber que os alunos estão interessados e querem provar novas experiências”, disse a coordenadora.O programa exige, além de bons resultados acadêmicos, que o candidato tenha cursado entre 20% e 90% do currículo de sua graduação, passe por um teste da língua falada no País escolhido e tenha obtido média igual ou superior a 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No caso de Wallace e Rafael, eles foram favorecidos também pelo fato de participarem de projetos de iniciação científica e serem bolsistas do Programa Universidade Para Todos (Prouni), também do governo federal.“Com certeza ajudou no processo de seleção o fato de trabalharmos em pesquisa científica. O objetivo do programa é que o estudante aprenda e volte para aplicar os conhecimentos adquiridos. Faço iniciação científica e queria aproveitar a oportunidade para me aprofundar, porque meu objetivo é seguir na área acadêmica. Esta experiência vai me ajudar bastante”, afirma Wallace, que busca uma chance de adquirir uma visão diferenciada sobre as questões que estuda na área ambiental.“Além de me aprofundar no inglês e poder ver meu curso com uma abordagem diferente, a experiência cultural de morar em um país totalmente diferente do nosso vai ser fantástica. Quero aproveitar tudo o que puder em termos de vivência acadêmica, cultural e pessoal” , completa.Os estudantes têm direito a uma bolsa mensal e o pagamento de todas as despesas com taxas escolares, seguro-saúde, alojamento e alimentação, passagens aéreas ou auxílio deslocamento e auxílio instalação no país de destino.

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