Estados Unidos e França acusam o presidente sírio de ter utilizado armas químicas contra civis
O presidente sírio, Bashar al-Assad, comemora seus 48 anos nesta quarta-feira (11) depois de ter conseguido afastar a perspectiva de ataques dos Estados Unidos e da França, que o acusam de ter utilizado armas químicas contra civis. Cerca de 30 carros cobertos de retratos do chefe de estado e cheias de pessoas com bandeiras da Síria atravessaram Damasco, do bairro chique de Mazzé ao centro da cidade. Médico oftalmologista formado na Inglaterra, pai de três crianças, Bashar sucedeu o pai, Hafez al-Assad, falecido em 2000. O cargo deveria ter sido ocupado por seu irmão mais velho, Bassel, que morreu num acidente de carro. Desde 2011 ele enfrenta uma revolta popular que, diante da sangrenta repressão feita por seu governo, transformou-se num conflito armado e já matou mais de 110.000 pessoas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG que se ampara numa rede de militantes. Após dar declarações favoráveis a uma abertura política, Assad foi visto - no início de seu mandato - como um reformista em potencial. Mesmo assim, desde o início da revolta síria, o presidente escolheu o caminho da dura repressão, e afirmou diversas vezes que não deixará o poder antes do final de seu mandato, em 2014. "Ele é muito mais o 'chefe' do que antes, mesmo que ele não possa agir sem a ajuda do aparato militar e de segurança", avalia Nikolaos van Dam, diplomata holandês autor do livro "Combate pelo poder na Síria: sectarismo, regionalismo e tribalismo na política de 1961 a 1994" (ntr: tradução livre). "Ele ouve alguns de seus conselheiros, mas toma suas decisões sozinho", diz um especialista em Beirute. Entre seus braços-direito estão seu irmão mais novo, o coronel Maher al-Assad - chefe da divisão responsável por Damasco -, sua esposa, Asma, seu tio e seu primo, Mohamed Maklouf e Rami Maklouf, conhecidos por serem dois empresários de reputação questionável. À exceção de Asma, de confissão sunita, todos são, como ele, alauítas. Doze drusos também estão entre as pessoas de sua confiança: Mansur Azzam, ministro das Relações Presidenciais e Luna al-Chibl, ex-jornalista; assim como o general Houssam Soukkar (alauíta), conselheiro presidencial para assuntos de segurança e dois veteranos sunitas, general Ali Mamlouk, diretor de segurança nacional, e o general Rustom Ghanzalé, chefe da segurança política.