APÓS 3 ANOS

Assassino do cartunista Glauco ganha a liberdade

Cadu não precisa mais ficar internado em uma clínica psiquiátrica, segundo a Justiça de Goiás

Agência Estado
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09/08/2013 às 20:09.
Atualizado em 27/04/2022 às 15:51

Com a justificativa de proporcionar o melhor tratamento ao louco infrator, a Justiça de Goiás decidiu esta semana que Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 27 anos, assassino do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, não precisa mais ficar internado em uma clínica psiquiátrica. Ele pode até viver em Osasco, local dos crimes, se pedir e a Justiça autorizar. A desinternação era prevista desde março, quando encerrou o período de três anos de medida de segurança, internação exigida para doentes mentais infratores. O assassinato ocorreu em 12 de março de 2010. A liberação foi determinada na quarta-feira (7), pela juíza Telma Aparecida Alves, titular da 4ª Vara de Execuções Penais de Goiânia. O advogado de Cadu, Gustavo Henrique Badaró, estava viajando nesta sexta-feira (9), não foi encontrado para dizer se o rapaz já teve alta da clínica particular onde estava internado e se ficará na casa da família em Goiânia, ou se o defensor vai solicitar autorização para que ele se mude. "Podemos autorizar (a mudança para outras cidades), como ocorreria com qualquer pessoa que foi absolvida, como ele", explicou a magistrada. A absolvição ocorreu quando ele ainda estava no Paraná. Periculosidade Além dos prazos legalmente previstos pelo Código Penal, a juíza Telma Aparecida disse que levou em consideração os relatórios psiquiátricos que assinalavam que a periculosidade da esquizofrenia sofrida por Cadu estava sob controle e que ele não oferece ameaça. Também pesou uma avaliação pela junta médica do Tribunal de Justiça, ocorrida em junho. Entretanto, a juíza disse que a alta hospitalar tem restrições, tais como continuar o tratamento ambulatorial e visitar o médico todos os meses, enviando o relatório a 4ª Vara, sob pena de voltar a ser internado. Da decisão de livrar Cadu da internação não cabe recurso judicial. Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, Cadu havia sido considerado inimputável pelas mortes, a tiros, ocorridas durante um surto psicótico, após consumir maconha, haxixe e uma mistura de ervas fornecida pela igreja Céu de Maria, fundada por Glauco, que seguia a doutrina do Santo Daime e oferecia aos praticantes um chá alucinógeno.

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