AFEGANISTÃO

Atentado suicida em Cabul deixa 6 mortos e 22 feridos

De acordo com o Ministério da Defesa, "um suicida detonou um carro-bomba contra veículos blindados do Exército afegão"

France Press
correiopontocom@rac.com.br
16/11/2013 às 13:43.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:29

Pelo menos seis pessoas morreram neste sábado em um atentado com carro-bomba em Cabul, perto do local onde a assembleia tradicional, ou Loya Jirga, debaterá na próxima semana a manutenção da presença militar americana no país depois de 2014. O ataque deixou pelo menos seis mortos, sendo quatro civis, um policial e um militar. Vinte e suas pessoas ficaram feridas, em sua maioria civis, informou à AFP o porta-voz do Ministério do Interior, Sediq Sediqi. De acordo com o Ministério da Defesa, "um suicida detonou um carro-bomba contra veículos blindados do Exército afegão", posicionados para garantir a segurança do local onde se reunirá a assembleia tradicional. "Um terrorista detonou um carro-bomba em uma área onde havia muitos civis", afirmou mais cedo à AFP o chefe de polícia de Cabul, Mohamad Zaher. "Ouvi uma explosão enorme perto do local da Loya Jirga. Ambulâncias levaram as vítimas ensanguentadas", declarou à AFP uma testemunha, que se identificou apenas como Nasrullah. O ataque não foi reivindicado até o momento, mas os atentados suicidas são uma tática frequente dos insurgentes talibãs que lutam contra o governo afegão e as forças internacionais da Otan desde que foram expulsos do poder em 2001. Pouco antes do ataque, o presidente afegão, Hamid Karzai, convidou os talibãs a participarem da Loya Jirga. A assembleia se reunirá a partir de quinta-feira durante quatro dias, com 2.500 representantes, para examinar um tratado bilateral de segurança (BSA), que Washington e Cabul negociam com dificuldades há vários meses. O acordo deve estabelecer as condições da presença militar americana ao fim da missão de combate da Otan, em 2014. Em particular, deve definir o número de bases e de soldados americanos, assim como o estatuto destes. "Fazemos um apelo aos insurgentes para que participem da Loya Jirga para expressar seu ponto de vista", declarou o presidente durante uma entrevista coletiva. "Eles fazem parte do povo afegão, têm o direito de participar desta assembleia", completou. Mas os talibãs já anunciaram que consideram esta Loya Jirga uma "farsa" e advertiram que os participantes serão punidos, caso o acordo seja aprovado. O tratado permitiria às forças afegãs contar com um apoio americano após a retirada de 75.000 soldados da Otan até o fim de 2014, situação que provoca temores do aumento da violência em um país parcialmente controlado pela rebelião talibã. Em outubro, ao fim das longas negociações em Cabul, o presidente Karzai e o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciaram a conclusão de um acordo parcial, sem solucionar totalmente a complicada questão da imunidade dos soldados americanos. No Iraque, o governo dos Estados Unidos esperava manter um contingente além de 2011, mas acabou repatriando todas as tropas porque Bagdá se negou a conceder a imunidade.

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