CONFLITOS

Atentados na Síria e fracasso sobre conferência de paz

Em Damasco, oito pessoas, incluindo duas mulheres, morreram e mais de 50 ficaram feridas

France Press
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06/11/2013 às 17:58.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:21

Dois atentados mataram pelo menos 16 pessoas nesta quarta-feira (6) na Síria, depois que americanos e russos não conseguiram estabelecer uma data para uma conferência destinada a encontrar uma solução para o conflito. Em uma tentativa de romper o impasse, Moscou, fiel aliado do regime de Bashar al-Assad, se ofereceu para sediar uma reunião informal entre representantes do governo e da oposição. Em Damasco, oito pessoas, incluindo duas mulheres, morreram e mais de 50 ficaram feridas quando uma bomba explodiu na praça junto à estação de Hijaz, de acordo com a agência de notícias Sana. Poucas horas depois, pelo menos oito membros do serviço secreto da Força Aérea síria morreram e 14 ficaram feridos, em um reduto druso controlado pelo regime no sul do país, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). A guerra civil entra em seu 31º mês com mais de 120.000 mortos. Segundo o OSDH, rebeldes e jihadistas tomaram o controle de grande parte de um arsenal do Exército na província central de Homs, o que foi negado por um chefe da segurança síria. "Os combatentes da Frente Al-Nusra e do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), assim como rebeldes do batalhão Al-Khadra e dos comandos de Baba Amr tomaram locais de armazenamento de armas perto de Mahin", indicou a ONG. "Eles se apropriaram de uma grande quantidade de armas" neste complexo de 30 edifícios. Mas, segundo o oficial sírio, "a batalha prossegue e os terroristas não conseguiram pegar as armas. Eles perderam muitos homens". No norte do país, a leste da cidade de Aleppo, os jihadistas do EIIL tomaram o controle de uma importante central elétrica, de acordo com o OSDH. Já as forças do regime capturaram grande parte da cidade de maioria curda de Tal-Aran, localidade estratégica entre Aleppo e Sfira, informou o OSDH. Ainda no norte, os jihadistas do EIIL cometeram atos bárbaros em Raqa, única capital provincial totalmente fora do controle do regime. Eles decapitaram a "estátua da liberdade" representada por um camponês e sua esposa em vestimentas tradicionais. Eles também assassinaram no meio da rua um médico, que tinham acusado em um comunicado de "ter tirado fotos dos jihadistas para enviá-las à Inteligência turca e de estar envolvido com tráfico de órgãos". Enquanto a violência nas frentes de batalha não dá trégua, o emissário especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, e representantes russos e americanos, reunidos em Genebra, voltaram a fracassar em sua tentativa de fixar uma data para uma conferência de paz. O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, disse que seu país está disposto a sediar um encontro informal em Moscou entre representantes do regime sírio e da oposição. "Nossa oferta de contatos informais em Moscou como parte da preparação de Genebra 2 é importante para criar um clima favorável, de modo que seja possível falar dos problemas existentes", declarou Bogdanov, citado pela agência Interfax. Alguns grupos da oposição síria já anunciaram que irão a Moscou, disse Bogdanov. A Coalizão Opositora, que exige a saída de Assad, acusa seu regime de rejeitar qualquer solução política. O presidente sírio, que disse estar determinado a acabar com os rebeldes a quem chama de "terroristas", comparou a guerra em seu país com aquelas que devastaram a Argélia na década de 1990. "As posições do povo argelino em favor da Síria não surpreendem, uma vez que esse povo passou por um teste quase semelhante ao do povo sírio, que atualmente enfrenta o terrorismo", declarou Assad ao receber uma delegação argelina partidária do seu regime. A guerra na Síria foi desencadeada pela dura repressão do regime a um movimento de protesto, em março de 2011.

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