O Banco Central (BC) está mais pessimista com o crescimento da economia brasileira em 2013. Para a autoridade monetária, o Brasil vai fechar o terceiro ano do governo Dilma Rousseff com uma alta de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção do BC há três meses era de um crescimento de 2,7% ao longo deste ano. A nova previsão consta no Relatório Trimestral de Inflação de setembro, divulgado nesta manhã.
No relatório de março, o BC esperava uma alta de 3,1% do PIB. Para o acumulado em 12 meses até o segundo trimestre de 2014, o BC estima uma alta também de 2,5%. A estimativa do BC é igual a do Ministério da Fazenda, que projetou no relatório de despesas e receitas do Orçamento de 2013 um crescimento de 2,5% do PIB. No entanto, a estimativa de mercado, divulgado há pouco no relatório Focus, é de um crescimento da economia este ano de 2,4%. No primeiro ano do seu governo, a presidente conseguiu um crescimento de 2,7% e, no segundo, de apenas 0,9%. Inflação O governo da presidente Dilma Rousseff vai entregar ao final de 2013 uma inflação próxima da que foi verificada no ano passado. A projeção de IPCA caiu de 6% para 5,8% ao final deste ano, no cenário de referência. Em 2012, segundo ano do governo Dilma, o IPCA fechou em 5,84% e em 6,50% em 2011, no primeiro ano do seu mandato. Ao longo de 2013, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram em várias ocasiões uma inflação menor em 2013 do que em 2012. A queda da inflação este ano também foi uma promessa da presidente Dilma. Mesmo com o recuo, a estimativa do IPCA ao final deste ano está ainda muito distante do centro da meta de inflação estabelecida pelo próprio governo, de 4,5%. Pelas novas projeções do BC, o IPCA no último ano do governo da presidente Dilma, em 2014, permanecerá ainda em patamares elevados, ficará em 5,7%, acima da estimativa anterior, de 5,4%. Para o IPCA acumulado em 12 meses até o terceiro trimestre de 2015, já no próximo governo, o BC projeta uma inflação de 5,5%. A presidente Dilma Rousseff vai fechar o seu governo sem conseguir fazer a convergência da inflação para o centro da meta de inflação de 4,5%. A inflação deve começar a ceder lentamente no mandato do próximo presidente, já que o BC projeta que a inflação se manterá em 5,6% acumulado em 12 meses no primeiro e no segundo trimestre de 2015. No entanto, a projeção é maior que a do relatório anterior, quando a projeção do IPCA para os dois trimestres era de 5,4%. Ainda por este cenário, o IPCA acumulado em 12 meses no terceiro trimestre de 2015 foi mantido no relatório de hoje em 5,5%. Pelo cenário de referência, o IPCA fechará o governo Dilma, em 2014, em 5,7%. O valor está abaixo, no entanto, do IPCA de 5,91% registrado em 2010, no último ano do governo Lula. No início do governo, a presidente Dilma se comprometeu publicamente com a convergência da inflação para o centro da meta. O presidente do BC chegou a afirmar que a convergência se daria no segundo semestre deste ano. Câmbio O BC passou a usar uma cotação para o dólar de R$ 2,35 segundo o Relatório Trimestral de Inflação. O valor é menor do que o ata da última Comitê de Política Monetária (Copom), no qual o cenário de referência levou em consideração uma taxa de câmbio de R$ 2,40 e taxa Selic em 8,50%.No relatório de inflação anterior, de junho, o parâmetro utilizado no cenário de referência era de R$ 2,10. A nova cotação de R$ 2,35, incluída hoje no relatório trimestral de inflação, tem como data de corte o dia seis de setembro. O valor é mais alto do que a do fechamento do dia de corte. Em seis de setembro, o dólar à vista fechou em R$ 2,3070 e o dólar para outubro, em R$ 2,3175. As projeções do BC do relatório de hoje leva em conta a meta para a taxa Selic de 9,00%. Na ata do Copom, a projeção levava em consideração uma taxa Selic de 8,50%. Em agosto, a moeda renovou valores recordes ao longo de vários dias, antes que o BC anunciasse um programa regular de intervenção. O dólar chegou a bater a marca de R$ 2,45 - valor recorde em cinco anos. Mas, no dia 22 de agosto, o BC anunciou um programa de US$ 100 bilhões para dar liquidez ao mercado cambial, o que freou a subida da moeda norte-americana.