INVESTIGAÇÃO

Bebê de 1 ano morre no primeiro dia em creche em Mogi Guaçu

Escola não tinha alvará para funcionamento; polícia abriu inquérito para apurar o caso

Diego Almeida/AAN
diego.almeida@rac.com.br
10/12/2013 às 20:45.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:55

Um bebê de 1 ano e um mês morreu engasgado dentro da escola particular de Educação Infantil Rei Leão, no Centro de Mogi Guaçu, nesta segunda-feira (9). Ainda não se sabe como Miguel Otávio de Godoy teria se engasgado. Era o primeiro dia dele na creche. O Corpo de Bombeiros tentou reanimar, sem sucesso, a criança ainda no berçário e ela foi socorrido ao Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos, onde não resistiu. A polícia trabalha com a suspeita que o menino tenha sido alimentado e depois colocado para dormir. "O Miguel tomou leite em casa, por volta das 11h30, depois de uma hora nós deixamos ele na creche. Quando era 13h30 eu telefonei, me disseram que ele tinha brincado, comido e dormia há meia hora", contou o padrasto Alexandre Barbosa, de 30 anos. O padrasto adiantou que no resultado do laudo médico informou que uma "massa pastosa" foi encontrada no pulmão da criança. Entretanto, somente com o resultado da necrópsia do Instituto Médico Legal (IML), previsto para sair em até 30 dias, será possível conhecer a real causa da morte, e qual era o alimento. Inquérito O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Porém, para investigar se houve negligência por parte dos cuidadores da escolinha, a Polícia Civil abriu inquérito e, de acordo com a escrivã da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade, Daniela Scarati, os envolvidos prestam depoimento nesta quarta-feira (11). "Serão interrogados os donas da escola, a professora, os pais e até os médicos", disse a escrivã. O padrasto acredita que houve negligência. "Tem que haver esclarecimento. Houve negligência da escola. Os culpados tem que ser penalizados", reforçou. Em nota, a Prefeitura de Mogi Guaçu confirmou que a escola não possui alvará de funcionamento, e não poderia exercer a atividade no atual endereço. Ainda segundo a Prefeitura, os proprietários protocolaram o pedido do alvará em maio de 2012, mas não entregaram toda a documentação. A reportagem procurou a direção da escola, mas ninguém atendeu os telefonemas. Socorro demorou A vida de Miguel Otávio de Godoy poderia ter sido salva, se a informação de engasgamento tivesse sido passada no momento da solicitação. Segundo o sargento do Corpo de Bombeiros de Mogi Guaçu, José Ferreira, a corporação não sabia que se tratava de engasgamento. "Foi informado na ligação apenas o sangramento da criança. No local que foi constatado o engasgamento. Se tivesse sido informado, o nosso atendimento teria orientado com o procedimento padrão de liberação das vias respiratórias", informou.

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