Paralelamente à negociação que se dará ao longo de 2014 sobre os termos do contrato a ser fechado entre a FAB e a sueca SAAB para a compra do Gripen, o governo brasileiro deve receber "emprestado" de 6 a 12 aviões Gripen até que a nova geração possa chegar ao País, o que está previsto para ocorrer a partir do final de 2018. Os governos brasileiro e sueco já estão discutindo os temos do acordo, que envolve o empréstimo de aeronaves da força aérea sueca. A oferta já havia sido feita pelo governo sueco e exigirá que a FAB negocie este novo pagamento que ainda não está incluído no orçamento. Na quarta, após o anúncio da escolha pelos caças suecos, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, havia afirmado que pretende "pechinchar ao máximo" para reduzir os custos para os cofres públicos. O contrato entre os dois países prevê a compra de 36 aeronaves por US$ 4,5 bilhões, com entrega até 2023. A Força Aérea diz que tentará antecipar o prazo de entrega. O primeiro desembolso do Brasil será após o recebimento da última a aeronave. Com os empréstimos que devem ser realizados, contudo, esse valor pode ser ainda maior Transferência Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a escolha do Gripen foi feita depois de análises detalhadas dos três projetos pela Força Aérea Brasileira (FAB), levando em conta a performance do sueco, a transferência específica de tecnologia e o custo. Amorim disse que "não há temor" de que os EUA possam brecar o quesito transferência de tecnologia pelo fato de o Gripen ter componentes importantes norte-americanos como o motor. "A turbina não é tão sensível como outras partes", disse Amorim, ao explicar que o Brasil mantém também boas relações com os EUA e que aviões da Embraer possuem também peças daquele país. Amorim, mesmo reconhecendo que "a tecnologia do Gripen não é só sueca", destacou ainda que uma das partes mais sensíveis da aeronave, que é "a abertura do código-fonte do sistema de armas" será feita integralmente no Brasil". Repercussão Anunciada nesta quarta-feira, a escolha pelos caças do país europeu para modernizar a Força Aérea Brasileira causou grande repercussão, principalmente das empresas Boeing, americana, e Dassault, francesa, que estavam concorrendo pela escolha. Ao saber do anúncio, a empresa americana soltou nota considerando "decepcionante" a decisão do Brasil, já a Dassault, que era a favorita pelo governo durante o governo Lula, criticou a escolha e afirmou que o modelo escolhido "tem muitos itens americanos".