AJUDA

Cães abandonados sofrem com maus-tratos em Saltinho

Todos os dias surge um novo cão abandonado na área central de Saltinho

Ana Cristina Andrade
ana.andrade@gazetadepiracicaba.com.br
11/08/2013 às 19:26.
Atualizado em 27/04/2022 às 15:53

Todos os dias surge um novo cão abandonado na área central de Saltinho. Não seria nada demais se a cidade tivesse uma política pública e um local adequado para receber os animais. Enquanto isso não acontece, alguns moradores estão arcando com a recolha e as despesas - muitos são recolhidos em situação de maus-tratos.No sábado pela manhã a Gazeta esteve na praça da Rua Sete de Setembro, a principal da cidade, onde dois cães estavam no local sendo cuidados pela professora Cristiane de Almeida, 38, e por Leandra Marchi, 33. As duas disseram que se compadecem com a quantidade de cães que são abandonados ou maltratados na cidade e ainda compram brigas quando descobrem quem cometeu o crime.Elas se dizem desamparadas, tanto pelo poder público quanto pela polícia. “Muita gente liga denunciando situações de cães maltratados - até com fogo ateado no corpo - e não sabemos como resolver”. Cristiane diz que tem dívida de R$ 3 mil com clínicas veterinárias. Leandra revela que as suas chegam a R$ 4 mil. No momento, ela cuida de um pitbull que tem câncer e precisa doá-lo e não sabe como fazer. “Ele está nas últimas sessões de quimioterapia e não pode ficar exposto ao sol. Tem de ir para casa de alguém que o mantenha na sombra”, explica.De acordo com Cristiane o prefeito da cidade, Claudemir Francisco Torina (Grilo), foi procurado e alegou que no momento não tem condições de ajudar, muito menos de abrir um canil. “Ele nos autorizou colocar água e ração para os cães numa área livre, ao lado da praça, mas precisamos de um lugar adequado para eles”, reclamou.“Quando estão soltos, se vão na rua muitos motoristas jogam o carro em cima. É difícil. No caso dos maus-tratos, se a gente chama a atenção pode acabar sendo ameaçada. Sempre pedimos ajuda em Piracicaba, mas a resposta é que somos de outro município e não há como auxiliar. É complicado”, declarou a professora.Leandra diz que já tem 12 cães e 20 gatos em sua casa, no Jardim Palmeiras II. “Outro dia estava caminhando com meu marido e ouvi choro de cães. Quando nos aproximamos de uma caçamba havia dois cães amarrados em cima dela e a cadela estava pendurada pela corda quase morrendo asfixiada. Isso é coisa para se fazer? Por isso que temos de ter alguém para defender essa causa”, destacou.Os cães que estavam na praça são saudáveis e bem alimentados, além de extremamente dóceis. Um deles é da raça pastor alemão. Há também um cão labrador, muito bonito, que passou a manhã numa escola porque estava com febre. “Demos remédio e ele melhorou”, disse Cristiane. “Gostaríamos que alguém o adotasse. É um ótimo cão para quem tem chácara, por exemplo, porque ele não morde, mas late alto e chama a atenção se estiver algo errado acontecendo”, declarou.Leandra disse que gasta, mensalmente, mais de R$ 300,00 com rações. “O que não posso é ver os animais jogados na rua, maltratados e fazer de conta que não vi. Em casa tenho cães queimados, esfaqueados e até com o rabo cortado. Outro dia enfiaram uma lança pelo portão do abrigo da minha casa e espetaram o pitbull que está com câncer. É o fim isso”. DESDE PEQUENARayssa Emanuelle Carneiro, 9, costuma ir todas as manhãs de sábado na praça brincar com os cães abandonados. “Acho que quem faz isso não tem coração”, avalia a menina. ADOÇÕESSe alguém quiser adotar algum dos cães que são cuidados pelas duas mulheres basta telefonar. Cristiane atende pelo (19) 9761-4964 e Leandra (19) 9625-3203.

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