O Centro de Ressocialização de Limeira é uma das alternativas para receber o ex-ministro José Dirceu na hipótese de ele ser realmente preso por envolvimento no mensalão. Apontado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como “chefe” do esquema de compra de votos e apoio político durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o petista foi condenado a 10 anos e 10 meses de detenção em regime inicialmente fechado por corrupção ativa e formação de quadrilha. Junto com os demais réus do mensalão, Dirceu aguarda apenas que o STF analise os últimos recursos de seus advogados para definir se será preso, e quando. As chances de o ex-ministro-chefe da Casa Civil ter sucesso, segundo especialistas, são mínimas. O STF fez nesta quarta-feira (4) mais um julgamento para analisar os pedidos dos mensaleiros condenados. A interlocutores próximos, Dirceu até já admite que deve acabar preso nos próximos dias e confidencia que o Centro de Ressocialização de Limeira, que fica perto de Vinhedo, onde ele mantém uma casa que serve como base política, seria uma alternativa viável por se tratar de uma unidade-modelo, sem superlotação e com presos com perfil menos violento. Segundo apurado pela reportagem, apesar da intenção do ex-ministro de ficar preso na região de Campinas, seu perfil classificado como “preso midiático” — devido ao grande interesse da mídia — pesa para que ele seja levado para Tremembé (SP), onde está preso o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e por onde também já passaram o ex-goleiro Edinho, filho de Pelé, o empresário Marcos Valério, o jornalista Antonio Pimenta Neves, Suzanne von Richtofen e o cantor Hudson. A definição, no caso de Dirceu, sai após os advogados encaminharem uma solicitação formal para a avaliação do secretário da Secretária da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP), Lourival Gomes. Segundo apurou a reportagem, o preso tem o direito de pedir para ficar em uma unidade de sua preferência desde que justifique o pedido (questões familiares, por exemplo). Mas é a secretaria que decide se concede ou não o benefício. Se for enviado a Limeira, Dirceu deve ficar com outros presos na mesma cela ou alojamento como é mais usado no local. Em conversas reservadas, segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Dirceu afirma que pretende reduzir o tempo de cárcere realizando serviços na cozinha e na lavanderia do presídio em que estiver abrigado (cada três dias trabalhados reduzem a pena em um dia). Além disso, ele espera pedir progressão de regime para o semiaberto (quando o preso apenas dorme na cadeia) assim que possível. A intenção do ex-ministro é manter sua militância política durante esse tempo. A primeira opção é o Centro de Ressocialização de Limeira, que tem menos detentos que sua capacidade — 220 vagas e que conta com aproximadamente 150 internos — e abriga presos que não são vinculados a organizações criminosas nem cometeram crimes violentos. Lá os presos têm perfil diferente de outros centros de detenções como o Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia, onde ficam os detentos que cometeram atos de extrema violência. Em sua maioria, os presos cumprem penas em regime semiaberto, mas a unidade também aceita réus condenados a penas em regime fechado. Outras alternativas de presídio para Dirceu seria cumprir a pena no Centro de Ressocialização de Mogi Mirim ou na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, mais conhecido como Presídio de Tremembé. Casa em Vinhedo José Dirceu escolheu a cidade de Vinhedo para montar um “quartel-general”, onde acompanhou o julgamento do processo do Caso Mensalão, considerado um dos maiores escândalos políticos da história do País. O imóvel, que tem dois andares, fica no Condomínio Santa Fé e está penhorado para pagamento de uma dívida de R$ 150 mil. É nesse lugar, localizado em um empreendimento de alto padrão, que o petista passa a maior parte do tempo.
