DIPLOMACIA ABALADA

China presta homenagem a assassino de premier japonês

Monumento em memória de Ahn Jung-Geun deflagrou nova tensão entre Pequim e Tóquio

France Press
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20/01/2014 às 15:50.
Atualizado em 27/04/2022 às 18:33

A inauguração na China de um monumento em memória do assassino do primeiro-ministro japonês em 1909 deflagrou nesta segunda-feira um novo contencioso diplomático entre Pequim e Tóquio. Recentemente, as relações bilaterais se viram afetadas por disputas territoriais e por questões históricas. O memorial sino-sul-coreano foi inaugurado no domingo, na estação de trens de Harbin (nordeste), onde o coreano Ahn Jung-Geun, considerado em seu país um herói da luta contra a ocupação japonesa, matou a tiros Hirobumi Ito, primeiro chefe de Governo japonês, em 26 de outubro de 1909. O jovem nacionalista foi enforcado pelos japoneses em 1910, ano em que o Japão se anexou à Coreia. A reação do Japão não demorou. "Consideramos Ahn Jung-Geun um terrorista que foi condenado à morte por ter matado o primeiro primeiro-ministro do nosso país", disse Yoshihide Suga, porta-voz do governo japonês. O monumento de Harbin "não contribui para construir relações de paz e de cooperação nessa região", acrescentou. Já o ministro das Relações Exteriores sul-coreano exaltou "um personagem respeitado ao mesmo tempo na Coreia do Sul e na China" por ter levado adiante um "ato corajoso". A agência oficial de notícias chinesa Xinhua considerou, por sua vez, que "o memorial Ahn não estava destinado a ferir, mas a lançar luz sobre a história do nordeste asiático". No domingo, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, havia declarado querer "organizar uma cúpula e manter conversas francas" com China e Coreia do Sul para solucionar seus contenciosos. Tóquio tem proposto com frequência a organização dessa cúpula, até agora sem resultado.

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