A Comissão Europeia (CE) pediu nesta quarta-feira que Portugal explique o mais rápido possível a crise política, provocada pela demissão de dois ministros, e advertiu que a situação pode provocar uma instabilidade financeira "desastrosa" para o país.
"Esta situação delicada exige um grande senso de responsabilidade de todos os partidos políticos e seus dirigentes. A situação deve ser esclarecida o mais rápido possível", disse o presidente da CE, José Manuel Barroso.
"A Comissão e eu mesmo acompanhamos a situação com grande preocupação", completou.
"A primeira reação dos mercados financeiros mostra que a situação provocada pela instabilidade política atual ameaça a credibilidade financeira do país. Se isto acontecer, será um desastre para o povo português", advertiu.
O diretor do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, seguiu a mesma linha.
"A situação é preocupante. Peço a Portugal que assuma suas responsabilidades", disse.
As Bolsas de Madri e Portugal operavam em forte baixa nesta quarta-feira, depois dos pedidos de demissão dos ministros das Finanças e das Relações Exteriores do governo lusitano.
A Bolsa de Lisboa registrava queda de 5,62% às 7H50 GMT (4H50 de Brasília), um dia depois da renúncia do chanceler Paulo Porta, que fragilizou o governo de centro-direita, responsável por aplicar duras medidas de ajuste em troca de um plano de resgate internacional concedido a Portugal em 2011.