As duas Coreias retomaram o contato nesta quinta-feira(19), pela primeira vez desde a execução do tio do líder norte-coreano Kim Jong-Un, que levantou dúvidas sobre a estabilidade do regime comunista. Uma delegação sul-coreana cruzou a fronteira para visitar a zona industrial de Kaesong, reaberta em setembro, cinco meses depois de Pyongyang ordenar seu fechamento em um contexto de tensão militar entre os dois Estados. "Vamos examinar o cumprimento dos compromissos adquiridos e falar do desenvolvimento do complexo", declarou à imprensa o chefe da delegação, Kim Ki-Woong. Ao longo do dia, uma delegação estrangeira composta principalmente por ministros do G20 e representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve visitar Kaesong. O complexo industrial de Kaesong, fundado por Seul e aberto em 2004, é um símbolo pouco frequente de cooperação entre as duas Coreias. Emprega 53.000 norte-coreanos em 120 empresas sul-coreanas. Seul está buscando investidores não coreanos para suas companhias, com a esperança de que sua presença dissuada o Norte de utilizá-lo como moeda de troca no futuro. As delegações estrangeiras devem inspecionar algumas destas 120 empresas, mas não devem se encontrar diretamente com autoridades norte-coreanas, indicou o ministério sul-coreano da Unificação. Esta visita ocorre dias após o julgamento e a execução do tio de Kim Jong-Un, Jang Song-Thaek, mentor de seu sobrinho durante seus primeiros passos na liderança do país. O professor universitário de estudos norte-coreanos em Seul Yang Moo-Jin considerou que "a Coreia do Norte está enviando mensagens para dizer que a execução (de Jang) não perturbará nem suas relações internacionais, nem seus intercâmbios com o Sul". Além disso, o regime busca "inspirar tranquilidade no interior de suas fronteiras" e acabar com todo foco de descontentamento através da multiplicação das "medidas beneficiosas", acrescentou. Veja também Tio do líder norte-coreano Kim é executado Jang Song-Tahek, de 67 anos, foi acusado de trair a confiança de Kim Jong-Un e a memória de seu pai, Kim Jong-Il
