O diretor da Corregedoria da Polícia Civil, Nestor Sampaio Penteado Filho, determinou a abertura de investigação sobre a suposta omissão de policiais civis do 45.º Distrito Policial (Vila Brasilândia) no registro de uma queixa de tentativa de roubo contra o empresário Fernando Guerreiro Abdalla, de 29 anos. Na noite de terça-feira, 30, Abdalla foi assassinado por bandidos que levaram sua motocicleta na Estrada do Sabão, na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, em frente de sua academia de ginástica.
Em janeiro, segundo sua família, ele havia sido abordado, no mesmo lugar, por bandidos que também tentavam levar sua moto. Na época, o roubo só não se concretizou porque um carro da PM se aproximou no momento do crime e os bandidos fugiram. Abdalla foi ao plantão da delegacia e acabou, de acordo com a família, sendo destratado pela autoridade de plantão. "O delegado se negou a registrar o caso porque o assalto não se consumou e porque não houve violência", disse Cristiane Romão da Cruz Abdalla, de 31 anos, viúva do empresário. Ainda segundo ela, o delegado ainda ameaçou prender a vítima por desacato depois de ele reclamar da decisão do policial.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o corregedor da Polícia Civil afirmou que tomou a decisão de investigar o caso depois de ser informado sobre a denúncia feita pela família na tarde de quarta-feita, dia 1º. "Queremos saber quem fez e por que fez isso. Vamos ouvir todos", afirmou o corregedor. Na manhã desta quinta-feira, dia 2, o empresário foi enterrado no cemitério da Paz, na zona sul de São Paulo.