O grupo Cosan deverá formalizar nos próximos dias uma oferta para ter o controle da América Latina Logística (ALL), segundo fontes ouvidas pela reportagem. A proposta, que ainda está sendo costurada, será diferente da realizada pela companhia de infraestrutura, fundada por Rubens Ometto Silveira Mello, em fevereiro de 2012. Valores e condições mudam. O acordo anterior previa pagamento de prêmio. O atual não deve ter. A decisão da Cosan de retomar as negociações com a companhia ferroviária tem o aval do governo federal, que mobilizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também sócio da ALL, para conduzir as conversas entre os dirigentes das duas companhias. Na nova proposta que está em discussão, os fundos de pensão que têm participação na ALL - Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e o braço de participação do BNDES (BNDESPar) - deverão acompanhar o grupo de infraestrutura e energia em um aumento de capital na companhia, considerado necessário para garantir a saúde financeira e expansão de sua malha ferroviária , segundo fontes. Ontem, dirigentes da Cosan reuniram-se com o BNDES. Procurada, a Cosan não comenta o assunto. As negociações para a entrada da Cosan no bloco de controle da ALL foram interrompidas em agosto passado, um ano e meio após o grupo de Ometto ter feito uma oferta de R$ 896,5 milhões para a compra de 49,1% das ações representativas do controle da companhia, o correspondente a 5,6% do capital total da empresa. O prêmio era de R$ 23 por ação. Ontem, os papéis da ALL encerraram a R$ 7,04, alta de 6,55% no ano. Já nos últimos 12 meses, acumulam desvalorização de 21%.