ECONOMIA

Crise na Europa permanece como ameaça

Analistas da OCDE reduziram projeções de crescimento para as principais potências, menos do Japão

France Press
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29/05/2013 às 09:26.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:21

A economia mundial continua se recuperando da pior crise desde os anos 30, em grande medida graças à ação dos bancos centrais, mas permanece ameaçada pela letargia da Europa, advertiu nesta quarta-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Os analistas da OCDE reduziram as projeções de crescimento para as principais potências, com exceção do Japão.

A OCDE prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve crescer 3,1% este ano, contra 3,4% da estimativa divulgada em novembro.

Na Eurozona, porém, o resultado será uma recessão de 0,6%, mais grave que a contração de 0,1% da estimativa anterior.

No Brasil, que não integra a organização, a OCDE prevê crescimento de 2,9% em 2013, depois do resultado de 0,9% em 2012. As últimas estimativas do governo brasileiro apontam um aumento de 3,5% do PIB este ano.

A crise da atividade econômica pode levar a zona do euro, bloco formado por 17 países, a uma situação de "paralisia, com consequências negativas para a economia mundial", adverte o economista chefe da OCDE, Pier Carlo Cadoan, no documento "Perspectivas Econômicas".

"Na Europa, a situação continua sendo particularmente frágil", advertiu Ángel Gurría, secretário-geral da organização, que reúne grande parte dos países desenvolvidos.

O desemprego, que está próximo dos recordes históricos, "continua sendo o maior desafio enfrentado pelos governos europeus".

E o fenômeno não parece ceder, pois, segundo a OCDE, a média de desemprego da Eurozona passará de 11,2% em 2012 a 12,1% em 2013 e a 12,3% em 2014.

A OCDE pediu ao Banco Central Europeu (BCE) mais apoio para a recuperação, em contraste às medidas centradas no ajuste para superar a crise da dívida.

Recomenda em particular a adoção de medidas não convencionais para estimular os bancos a emprestar dinheiro às empresas e aos correntistas, com o objetivo de ajustar as engrenagens da economia, começando pelos países mais afetados pela crise.

A organização cita como exemplo o que fez o Banco do Japão (BoJ, central), o que gerou uma melhora "espetacular" da situação do país.

Em função das medidas, a OCDE mais do que dobrou (de 0,7% a 1,6%) a previsão de crescimento do PIB japonês em 2013.

Em 2014, acontecerá uma desaceleração, com um crescimento de 1,4% do PIB nipônico. Mas o resultado é bastante superior à previsão de 0,8% divulgada em novembro.

Nos Estados Unidos, o saneamento do setor financeiro e o retorno da confiança dos mercados permitirão neste ano um crescimento de 1,9% (contra a previsão de 2,0% em novembro), antes de um avanço de 2,8% em 2014.

A leve revisão em baixa da estimativa de 2013 foi provocada principalmente pelos cortes orçamentários automáticos em vigor neste ano, depois que o governo democrata de Barack Obama e a oposição republicana não conseguiram chegar a um acordo sobre a redução do déficit público.

Na China, país que não é membro da OCDE, o crescimento de 2013 será "inferior ao normal, pelo segundo ano consecutivo", mas em 2014 a aceleração do comércio mundial pode estimular a atividade na potência asiática, com um crescimento de 8,4% do PIB.

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