CHUVAS

Dilma anuncia recursos para Minas Gerais

União gastou 60% do previsto em prevenção, segundo levantamento da ONG Contas Abertas

Da redação
faleconosco@rac.com.br
28/12/2013 às 09:34.
Atualizado em 27/04/2022 às 18:15

Depois de sobrevoar a cidade de Virgolândia, alagada após uma tromba d'água, a presidente Dilma Rousseff e anunciou ações e recursos para os municípios mineiros atingidos pelas chuvas. A presidente não falou em valores, mas afirmou que cidades que decretaram estado de calamidade pública receberão um cartão da Defesa Civil nacional.   O cartão, previsto em decreto de 2010, será usado para pequenos gastos emergenciais, como conserto de pontes, aquisição de materiais para socorro e assistência às vítimas. “Será um cartão sem limites de gastos, mas tudo o que for adquirido estará sendo monitorado pelo governo. Toda compra será informada on-line ao órgão responsável. Não tem limites, mas será fiscalizado em tempo real”, afirmou. Para ter acesso ao benefício, os municípios devem apresentar o decreto de calamidade baixado pela prefeitura e reconhecido pela Defesa Civil.Dilma chegou a Governador Valadares, no Leste de Minas, às 10h, e logo recebeu e analisou um relatório sobre a situação na região. Por volta de 10h30, a comitiva formada também pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Pimentel (Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), Francisco Teixeira (Integração Nacional) e Helena Chagas (Comunicação), além do secretário nacional da Defesa Civil, general Adriano Pereira Júnior, partiu de helicóptero em um sobrevoo até Virgolândia. A cidade foi atingida durante a madrugada de ontem por uma tromba d'água e, à tarde, dois corpos foram localizados.Em entrevista, a presidente disse que a preocupação imediata é prestar socorro às pessoas afetadas. “Em um segundo momento iremos realizar o levantamento do que é necessário fazer para recuperar a infraestrutura dos municípios atingidos. Assim, teremos uma ideia de valores a serem aplicados nessas obras. O momento agora é de atendimento imediato aos que foram diretamente atingidos e que estão desabrigados e desalojados de suas casas”, completou o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB). O ministro da Saúde afirmou que kits de saúde e de higiene estão sendo enviados ao Estado.Cerca de 9,5 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas e estão fora de casa. Dezoito pessoas morreram e 60 ficaram feridas. Trinta e quatro cidades decretaram situação de emergência. Espírito SantoA Defesa Civil Estadual corrigiu para 23 o número de mortos pela chuva no Espírito Santo. O maior número de vítimas foi em Colatina (oito), Itaguaçu (seis), Barra de São Francisco (quatro), Baixo Guandu (três), Domingos Martins (um) e Nova Venécia (um). Ontem, em Colatina, muita gente tentava recuperar bens e limpar casas e estabelecimentos comerciais. Até o fechamento desta edição, não chovia na região. Os municípios mais afetados somam 52 e cerca de 61 mil pessoas estão fora de casa.Na quinta-feira, um helicóptero Super Puma da Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou quatro pessoas da mesma família que estavam isoladas em Baixo Guandu. A aeronave do Esquadrão Puma (3º/8º GAV) pousou muma região montanhosa de difícil acesso e resgatou uma mulher de 75 anos, seus dois netos e a mãe das crianças. “Deus ilumine esses anjos que apareceram para salvar a gente. Lá estava muito perigoso”, disse Eandra Batista. “Faz 50 anos que moro aqui e nunca vi uma chuva dessas. A água tomou conta da casa e perdemos tudo”, completou Jaciara Bimba, a avó de 75 anos.  União gastou 60% do previsto em prevenção O governo federal gastou este ano pouco mais da metade do valor previsto em uma das principais ações de prevenção e combate a desastres naturais, de acordo com um levantamento da ONG Contas Abertas. Segundo os dados, foram gastos 61,5% do que estava estabelecido no programa Gestão de Risco e Resposta a Desastres — no total, R$ 3,2 bilhões dos R$ 5,2 bilhões reservados. Em sua conta no Twitter, a presidente Dilma Rousseff afirmou, porém, que os investimentos totais contratados na prevenção a desastres naturais somam R$ 21,3 bilhões. “São obras em drenagem urbana, proteção de encostas e proteção de cheias — R$ 13,6 bilhões de recursos a fundo perdido do Orçamento e R$ 7,7 bilhões de financiamento com 20 anos para pagar”, informou. O Contas Abertas, entretanto, afirmou que os municípios mineiros mais atingidos pelas chuvas não receberam qualquer repasse do governo federal relativo ao programa. O mesmo ocorreu no Espírito Santo, que recebeu apenas R$ 13 milhões do total reservado para todos os Estados. No entanto, a União havia previsto o repasse de R$ 60 milhões este ano. As ações do programa Gestão de Risco e Resposta a Desastres são de responsabilidade dos Ministérios das Cidades, de Integração Nacional e da Defesa. Para o diretor do Contas Abertas, Gil Castelo Branco, os resultados refletem um problema histórico de falta de planejamento.

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