Em declaração à imprensa feita nesta quarta-feira (8) em Brasília, a presidente Dilma Rousseff pediu "cessar-fogo imediato" na Síria. O pedido foi feito ao lado do presidente do Egito, Mohamed Morsi, que faz visita oficial ao País.
"No que se refere à Síria, a gravíssima escalada do conflito continua a trazer uma grande preocupação e convergimos em nossa condenação a todo ato de violência contra os civis, e ao mesmo tempo que o diálogo é o melhor método para que se estabeleça a paz em definitivo naquela região", defendeu Dilma.
"Defendemos um cessar-fogo imediato, efetivo e defendemos o início de um processo político liderado pelos sírios, com apoio da comunidade internacional", prosseguiu a presidente.
Dilma reiterou que "o Brasil reconhece a importância do Estado Palestino para que se construa a paz naquela região". Ao falar sobre o Egito, a presidente destacou que os "ventos da redemocratização vão ser os precursores de um projeto econômico renovado, tanto do ponto de vista social, político, quanto no que se refere à afirmação da soberania do Egito".
Apoio na OMC
A presidente disse também que é preciso lutar contra as "assimetrias" existentes nas instituições financeiras internacionais. Ela aproveitou o discurso para agradecer o apoio do Egito à candidatura do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, eleito na terça-feira, 7, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"No plano econômico, temos de lutar contra as assimetrias existentes ainda nas instituições financeiras internacionais. A implementação da reforma do sistema de cotas e votação no FMI (Fundo Monetário Internacional) está entre as iniciativas urgentes. Quero aqui reiterar o meu agradecimento pelo apoio do Egito, que muito valorizamos, ao candidato brasileiro Roberto Azevêdo ao cargo de diretor-geral da OMC", discursou a presidente. "O presidente Morsi e eu concordamos que uma cooperação Sul-Sul entre nossos países é estratégica."
Dilma reiterou que o Brasil apoia uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) "em particular de seu Conselho de Segurança e enfatizamos a importância da representação de árabes e africanos nesse órgão multilateral".
Acordos
Também nesta quarta-feira foram assinados no Palácio do Planalto um protocolo de cooperação para realização de atividades culturais conjuntas entre Brasil e Egito e memorandos de entendimentos para troca de informações na área ambiental e cooperação técnica na área de desenvolvimento agrário.
De acordo com o Itamaraty, o comércio entre Brasil e Egito aumentou sete vezes no período de 2002 a 2012, saltando de US$ 410 milhões para US$ 2,96 bilhões. As possibilidades oferecidas nas áreas de infraestrutura, energia e transportes no Egito têm atraído a atenção de empresas brasileiras.