Os presidentes Dilma Rousseff e Nicolás Maduro (Venezuela) estão reunidos na tarde desta quinta-feira (9), com cerca de uma hora e meia de atraso devido à demora na chegada do venezuelano. O Brasil é a última etapa da viagem de Maduro pelos países do Mercosul – Uruguai e Argentina. Ele não foi ao Paraguai, que está suspenso do bloco há 11 meses, mas defendeu o fim da punição. A visita é para incrementar as relações multilaterais e agradecer o apoio à sua eleição, em abril.
Ao final da reunião, Maduro e Dilma farão uma declaração à imprensa, sem perguntas. Do lado de fora do Palácio do Planalto, o venezuelano foi acompanhado por uma manifestação de simpatizantes e críticos do governo da Venezuela. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também integraram o protesto. Do lado dos críticos, um cartaz, em espanhol, dizia: “Maduro: a legitimidade não se compra”.
Acompanhado pela primeira-dama venezuelana, Cilia Flores, Maduro antes de chegar ao Palácio do Planalto conversou por cerca de uma hora com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Embaixada da Venezuela em Brasília. Após as reuniões no Planalto, Maduro segue para a Universidade de Brasília (UnB) para um encontro com professores da instituição.
No Planalto, Maduro foi recepcionado por grande parte da equipe de governo, como os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Antônio Andrade (Agricultura), Helena Chagas (Comunicação Social) e o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Autoridades brasileiras informaram que a visita de Maduro é para incrementar as iniciativas de integração produtiva, segurança alimentar, políticas públicas, saúde e desenvolvimento social e tecnológico. Os dois países também apoiam iniciativas de cooperação trilateral no Caribe, cujo foco é baseado na agricultura familiar e no desenvolvimento social.
O comércio entre Brasil e Venezuela aumentou sete vezes, comparando os anos de 2003 a 2012. No ano passado, o comércio bilateral alcançou o recorde histórico de US$ 6,05 bilhões. As exportações brasileiras de manufaturados para a Venezuela cresceram 30% em 2012, alcançando 65% da pauta exportadora.
O processo de adesão da Venezuela ao Mercosul segue o cronograma acordado pelo bloco, com a adoção da nomenclatura comum do bloco e com o início da convergência à Tarifa Externa Comum. A visita de Maduro ocorre no momento em que a oposição na Venezuela, liderada por Henrique Capriles, candidato derrotado, levanta dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral. Maduro venceu Capriles por pouco mais de 200 mil votos.