O ex-ministro José Dirceu (PT) defendeu em seu blog, nesta segunda-feira, 17, as manifestações contra o aumento das tarifas de transporte público realizadas nas últimas semanas em São Paulo e em outras capitais. Além de dizer que á preciso "tirar lições" dos atos, o petista criticou a atuação dos governos estaduais nos protestos.
"[Temos que] Dialogar e abrir novos espaços de participação, já que a repressão pura e simples, como vimos em São Paulo e em outros Estados, não levará a nada e não tem legitimidade e nem apoio político na sociedade", escreveu Dirceu. Na última quinta-feira, 13, a atuação da Polícia Militar durante o quarto ato contra o reajuste da tarifa em São Paulo acabou com a união entre os discursos do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Até então, ambos estavam alinhados nas críticas a ação violenta dos manifestantes.
Após as denúncias de supostos excessos cometidos por policiais, o petista condenou a atuação da corporação e foi criticado por tucanos. No sábado, 15, o deputado José Genoino (PT-SP) também atacou a PM.
No post publicado nesta segunda, Dirceu afirmou que os protestos "vão além do preço e da qualidade dos transportes" e que refletem as exigências da "juventude" por mudanças políticas e culturais. "Uma oportunidade para o PT e os nossos governos mudarem a forma de se comunicar", afirmou.
Diálogo
Até o momento, tanto o governo estadual quanto o prefeito de São Paulo afirmam estar descartada a redução da tarifa. Nesta segunda, o governo convidou para uma reunião integrantes do Movimento Passe Livre, organizador dos protestos na cidade, para falar sobre o ato previsto para esta segunda, às 17h. O secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, disse nesse domingo, 16, que a Tropa de Choque e as bombas de efeito moral não devem ser usadas.
Para esta terça-feira, 18, está marcada uma reunião entre o MPL e representantes da Prefeitura. A pauta do encontro ainda será confirmada pela administração. Em coletiva realizada nesta manhã o movimento afirmou que as manifestações só vão parar quando governo e Prefeitura revogarem o aumento. "A gente agradece esse convite, mas sabe que esse não é um espaço de negociação da revogação do aumento. Quem tem o poder de revogar esse aumento é a própria Prefeitura, no caso do ônibus", afirmou a técnica em museologia Erica de Oliveira. Em contrapartida, o MPL propôs uma reunião de negociação com Haddad na quarta, 19.