PIRACICABA

Esalq faz pesquisa inédita sobre etanol de 2ª geração

Está sendo construída uma planta com capacidade para cinco milhões de litros de etanol por ano

Adriana Ferezim
adriana.ferezim@gazetadepiracicaba.com.br
08/10/2013 às 14:32.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:52

Uma pesquisa inédita sobre a produção do etanol a partir do bagaço e da palha da cana, que poderá revolucionar a produção do combustível no País, tornando-o mais competitivo, será feita pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). O convênio foi assinado na segunda-feira (7) em Piracicaba.  “Poderemos encontrar uma nova tecnologia que vai revolucionar o etanol no Brasil e abrir mais espaços para pesquisadores e pessoas trabalharem nesse setor”, disse o assessor técnico da presidência do CTC, Jaime Finguerut. O convênio para “Obtenção de leveduras híbridas para fermentação de hexoses do substrato constituído hidrolisado de bagaço de cana e melaço” permitirá que a Esalq pesquise quais os micro-organismos ideais para uso na produção do etanol celulósico, também chamado de etanol de segunda geração.“O projeto inicia uma nova fase de relacionamento entre as instituições no compartilhamento de pesquisas”, disse o diretor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho. ProjetoO CTC está construindo uma planta para produção do etanol celulósico na Usina São Manoel, com capacidade para produzir cinco milhões de litros por ano. “Um dos desafios desse projeto é a fermentação, por esse motivo a importância da Esalq e do conhecimento que a universidade tem nesse segmento para o sucesso desse empreendimento que é de 10 a 20 vezes menor do que na escala comercial”, afirmou Osvaldo Godoy, gerente de projetos do CTC.O professor Luiz Carlos Basso, do departamento de Ciências Biológicas da Esalq, afirmou que a universidade pesquisa leveduras desde 1925 e tem grande tradição nesses estudos. “Já conhecemos as leveduras que fermentam o etanol de primeira geração. Agora, o desafio é melhorar a linhagem delas em laboratório e encontrar as melhores para uso no etanol de segunda geração. No substrato hidrolisado os micro-organismos irão encontrar inibidores diferentes, como fenóis, ácido acético, entre outros. O desafio é desenvolver a matéria-prima (levedura) resistente e que nunca foi empregada em uma escala do porte da planta que está em construção pelo CTC”, afirmou.A construção da planta pelo CTC teve início em julho e a previsão de início da produção do etanol de segunda geração é a partir de julho de 2014. Segundo Godoy, todo o projeto prevê investimentos de R$ 120 milhões. “Todo o projeto tem previsão de cinco anos e tem financiamento do BNDES e Finep. Nosso objetivo é que a partir dessa planta de pesquisa, possamos construir plantas maiores para produção em escala comercial”, disse.O CTC irá fornecer o caldo hidrolizado (substrato) para os testes com a levedura nos laboratórios da Esalq, que além do professor Basso, coordenador do estudo, contará com o pesquisador Luis Humberto Gomes.No CTC, além de Godoy, participam também da iniciativa Alexandra Pavan Novello, pesquisadora e Célia Galvão. Semana A assinatura convênio foi realizada durante a programação da 56 Semana Luiz de Queiroz, que contará com diversos eventos até sexta-feira, quando ocorrerá a transferência dos gabinetes da secretária estadual de Agricultura, Mônika Bergamaschi e do secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, para a universidade. Veja também Produtores de cana de Piracicaba mobilizam-se Objetivo é lutar por mais incentivos do governo federal para o Setor Sucroenergético Vinhaça pode ampliar a vida dos canaviais Usinas pesquisam o uso concentrado na cultura da cana; estudo trabalha com a correção da acidez do fertilizante Usina vai produzir etanol de 2ª geração Cidade terá primeira usina produtora do combustível que usa palha e bagaço de cana-de-açúcar

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