O Dia da Reconciliação, celebrado nesta segunda-feira (16) na África do Sul, também está dedicado a Nelson Mandela, com a inauguração de uma estátua gigante diante da sede do governo sul-africano em Pretória, um dia depois do enterro do ícone da luta contra o apartheid.Um Mandela sorridente e com os braços abertos em sinal de conciliação, de 4,5 toneladas de bronze e nove metros de altura, foi apresentado como a maior escultura do mundo dedicada ao ícone da luta contra o apartheid. O presidente sul-africano, Jacob Zuma, que apresentou a estátua diante do Union Buildings, explicou que a postura de Mandela "denota que a África do Sul agora é um país democrático, abraça toda a nação e nos convida à união", ao contrário de outras estátuas de Mandela, que o mostram com o punho para o alto. A cerimônia de apresentação da escultura, obra dos sul-africanos Andre Prinsloo e Ruhan Janse van Vuuren, estava programada há vários meses para o dia 16 de dezembro, quando a África do Sul celebra o fim do regime racista do apartheid, em 1994, o "Dia da Reconciliação". Mas, por coincidência do destino, aconteceu um dia depois do enterro de Mandela no vilarejo de Qunu, onde passou a infância, e após uma semana de cerimônias oficiais em sua homenagem em todo o país. As primeiras páginas dos jornais estavam totalmente dedicadas ao sepultamento do primeiro presidente negro do país. "Adeus a um rei. Descanse em paz", "Por fim em sua casa" e "A última viagem" eram algumas das manchetes de despedida de Mandela. "A inauguração marca o início de um novo período, dedicado a dar vida à herança de Madiba", disse Mac Maharaj, porta-voz da presidência. Os combates de Mandela durante sua vida foram múltiplos, da luta pela liberdade, igualdade e paz, até o perdão e contra as injustiças sociais e econômicas. Mas 20 anos depois da chegada da democracia multirracial, a desigualdade e a pobreza ainda marcam o país, o que alimenta a incompreensão entre os negros - muito mais pobres apesar da emergência de uma classe média - e os brancos - ainda com o poder econômico. Durante o funeral de domingo, o presidente Zuma prometeu continuar com os esforços para a África do Sul "siga crescendo". Na inauguração desta segunda-feira estavam presentes centenas de personalidades e anônimos, negros e brancos, como Erna Laubscher, uma africâner descendente de colonos brancos que compareceu com a irmã para "compartilhar com a população e festejar a liberdade". Também havia representantes da família de Barry Hertzog, fundador do partido que instaurou o apartheid e que teve a estátua substituída pela de Mandela, que faleceu em 5 de dezembro aos 95 anos. Veja também Mandela é enterrado no cemitério da família Cerimônia com honras militares foi diante de parentes e amigos e fechada para a imprensa Última homenagem a Mandela em Pretória O caixão, coberto com a bandeira sul-africana, foi velado por centenas de pessoas Sul-africanos forçam barreira policial para ver Mandela Multidão forçou acesso quando polícia anunciou que não poderiam entrar na sala em que está Mandela Governo pede à população que não vá ver Mandela Último adeus ao líder sul-africano tem quilômetros de espera; tristeza toma conta do povo