CRISE

EUA têm quatro dias para evitar um default

Tesouro advertiu que, a partir da próxima quinta, não poderá cumprir com todos compromissos

France Press
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14/10/2013 às 10:34.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:57

O governo e o Congresso dos Estados Unidos têm apenas quatro dias para alcançar um acordo sobre o orçamento e aumentar o teto da dívida para evitar a ameaça do primeiro default de sua história, algo que provoca uma tremenda preocupação em todo o mundo. O Departamento do Tesouro advertiu que, a partir da próxima quinta-feira, não poderá cumprir com todos seus compromissos e, por isso, o Congresso precisa votar uma lei para elevar o limite do endividamento e evitar uma interrupção dos pagamentos. O teto da dívida é o montante máximo das dívidas que o governo pode assumir, e que não pode ser superado. Mas o governo federal financia com déficit (3,9% do PIB em 2013) e é obrigado a continuar se endividando para renovar sua dívida e financiar seus gastos, com bônus do Tesouro ou fundos de retirada. Ninguém sabe até que data exata o Tesouro poderá assegurar seus pagamentos. Pode ser a qualquer momento depois de 17 de outubro, em função das variações diárias da tesouraria. Uma estimativa do Escritório do Orçamento situa a data entre 22 e 31 de outubro. Os mercados estão cada vez mais tensos com a aproximação do prazo. O destino do dólar, moeda de reserva mundial, e os bônus do Tesouro, considerados os mais seguros do planeta, dependem das negociações que os republicanos e democratas realizam no Congresso e, particularmente, no Senado, onde neste fim de semana foram realizadas conversações ainda infrutíferas. Todos estão de acordo que o calote dos Estados Unidos será algo catastrófico, mas os republicanos querem tirar proveito do impasse para obter reformas no orçamento, em particular no sistema de aposentadorias e no plano de saúde pública para os maiores de 65 anos e os mais carentes, programas que consomem 43% do orçamento federal. O presidente Barack Obama se nega a negociar "com uma arma na cabeça" e acusa seus adversários republicanos de irresponsabilidade. Estes acreditam que, graças a uma estratégia parecida, Bill Clinton, quando era presidente, se viu forçado a realizar concessões sobre o orçamento. O próprio Obama também cedeu em agosto de 2011 a aceitar cortes anuais programados no orçamento até 2021. "Nossas discussões foram substanciais e continuaremos negociando", afirmou no domingo Harry Reid, chefe da bancada majoritária democrata no Senado. Os legisladores devem resolver dois assuntos ao mesmo tempo: aumentar o limite da dívida e adotar uma lei de orçamento que permita a reabertura das agências federais, frechadas em 1o. de outubro por fala da aprovação do orçamento para o ano fiscal 2014. Um default, mesmo que parcial, da primeira economia do mundo criará um caos internacional, com consequências difíceis de prever. Veja também Rússia pede aos EUA que resolvam logo a crise Ministro disse que não acredita que a Casa Branca e a oposição estejam em vias de acabar a paralisia EUA restabelece indenização a família de soldados Família geralmente recebe 100 mil dólares de indenização, ajuda para moradias e reembolso dos funerais Economista quer mais esforço para recuperar EUA Janet Yellen foi nomeada pelo presidente Barack Obama, nesta quarta, para dirigir o Federal Reserve norte-americano Obama receberá legisladores para tratar da crise Reunião acontece a poucos dias da data-limite, quando os EUA estourarão a capacidade da dívida Obama pede a republicanos para acabar com ameaças Em coletiva na Casa Branca, o presidente dos EUA disse que uma moratória dos EUA seria "muito pior" Default provocaria graves prejuízos a longo prazo Departamento do Tesouro avalia que, em 17 de outubro, terá esgotado o leque de medidas paliativas

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