FMI

Ex-chefe de gabinete de Lagarte em prisão preventiva

Stéphane Richard é interrogada sobre arbitragem da disputa entre o empresário e banco, em 2008

Da France Press
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10/06/2013 às 14:27.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:38

O ex-chefe de gabinete da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, quando esta era ministra francesa da Economia, Stéphane Richard, está em prisão preventiva como parte da investigação sobre a arbitragem da disputa entre o empresário Bernard Tapie e o banco Crédit Lyonnais em 2008, informaram nesta segunda-feira fontes ligadas ao caso.

Também está em prisão preventiva Jean-François Rocchi, ex-presidente do Consórcio de Realização, entidade que administrava o passivo de banco.

O ex-diretor de gabinete de Lagarde, atual presidente da gigante francesa das telecomunicações Orange (ex-France Telecom), é interrogado sobre o papel e a responsabilidade do Ministério francês da Economia e da Presidência francesa na decisão tomada em 2007 de recorrer a uma arbitragem privada para acabar com o litígio Tapie e o banco francês a respeito da venda da empresa de roupas esportivas Adidas.

A Orange já indicou que Richard continua sendo seu presidente durante sua prisão preventiva.

O ministro francês de Economia e Finanças, Pierre Moscovici, anunciou nesta segunda-feira que o Estado vai se declarar demandante nas próximas horas neste caso.

"Trata-se de representar o Estado, de representar o contribuinte, de representar o cidadão a partir do momento em que surgem elementos novos", acrescentou.

Segundo uma fonte governamental, esta demanda levará provavelmente a um recurso de revisão de arbitragem, que permitiu a Tapie receber 403 milhões de euros em indenizações.

No âmbito deste caso, a justiça francesa declarou no fim de maio a diretora-gerente do FMI testemunha assistida, uma situação intermediária entre a de testemunha e a de acusado.

Os juízes de instrução tentam saber se ocorreram irregularidades no procedimento e determinar as responsabilidades na decisão de recorrer a um tribunal privado. Analisam, em particular, o modo de designação dos juízes do tribunal arbitral e a decisão do governo de não impugnar a arbitragem, embora existissem suspeitas de irregularidade.

A prisão preventiva do ex-chefe de gabinete de Christine Lagarde é decidida doze dias depois do indiciamento de um dos juízes-árbitros, Pierre Estoup, por fraude, o que representou uma guinada espetacular no caso.

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