A General Motors ameaça fechar o complexo industrial de São José dos Campos se não chegar a um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos sobre um novo investimento de R$ 2,5 bilhões.
A empresa pretende implantar uma nova linha de produção na cidade, mas até agora não chegou a um acordo com o sindicato sobre um novo piso salarial, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), estabilidade e outras questões trabalhistas.
Uma reunião decisiva está marcada para esta segunda-feira (10). Em audiência pública realizada na sexta-feira (7) na Câmara Municipal, o diretor de Relações Institucionais da GM, Luiz Moan, disse que esse é o último investimento oferecido pela montadora para São José.
"Chegamos ao nosso limite na tentativa de fechar o acordo. Se não assinarmos, o complexo terá o mesmo destino do MVA (Montagem Veículos Automotores). Vai fechar gradativamente", afirmou o executivo.
Ele acusou o sindicato de rejeitar propostas desde 2008 que afastaram investimentos em diversos setores da fábrica, como na estamparia, motores e no próprio MVA. Os recursos acabaram sendo empregados em outras cidades.
Segundo Moan, São José é o único complexo da empresa no país que perdeu postos de trabalho ao longo dos últimos cinco anos.
"No Brasil todo, a GM foi de 21.499 em janeiro de 2008 trabalhadores para 23.297 em junho do ano passado. Em São José, perdemos cerca de 1.000 funcionários. O problema é localizado."
Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, disse que entidade quer evitar demissões na fábrica e lutar por melhores salários e condições de trabalho.
"Esse é o papel do sindicato. Quero deixar isso muito claro. Não concordamos com a empresa receber incentivos fiscais do governo e demitir trabalhadores", ressaltou.
Eles tentam um acordo desde abril, quando a montadora anunciou a possibilidade de trazer investimentos de R$ 2,5 bilhões para São José.
Segundo Barros, a negociação de uma grade salarial mais baixa tem causado tensão na empresa. "As pessoas temem o achatamento dos salários e a precarização das condições de trabalho".