Um grande incêndio que não deixou vítimas e de causas ainda desconhecidas devastou nesta quarta-feira (7) o aeroporto internacional de Nairóbi, o centro de tráfego aéreo mais importante do leste da África, e obrigou as linhas aéreas a anular ou desviar todos os voos. O incêndio, que começou ao amanhecer, estava controlado às 10H00 locais, segundo o centro queniano de gestão das catástrofes. Durante várias horas foram observadas chamas gigantescas e enormes nuvens de fumaça no aeroporto internacional Jomo Kenyatta (JKIA). Segundo testemunhas, áreas inteiras do aeroporto desabaram e as equipes de emergência, que foram mobilizadas rapidamente, não contavam com recursos suficientes. "Não foi registrada nenhuma vítima no incêndio", declarou à AFP Nelly Muluka, porta-voz da Cruz Vermelha queniana. O diretor da Kenya Airways, Titus Naikuni, informou que um funcionário da companhia aérea e um passageiro, que inalaram gases tóxicos, foram hospitalizados. A presidência queniana anunciou que os voos domésticos e de transporte de mercadorias serão retomados na tarde de quarta-feira. A causa do incêndio permanece indeterminada, mas o chefe de polícia David Kimaiyo anunciou uma investigação e pediu que a população permaneça calma. Os voos previstos para Nairóbi foram desviados para outros aeroportos, entre eles o da cidade de Mombaça, na costa do Oceano Índico. As companhias British Airways e KLM (Holanda) também foram obrigadas a anular voos. Dezenas de milhares de passageiros podem ser afetados pelo fechamento de um dos principais centros aéreos do continente africano. O aeroporto JKIA tem muitos voos domésticos, mas também embarques para várias capitais africanas e países da Europa, Ásia e Oriente Médio. Segundo a aviação civil, em 2012 o aeroporto recebeu 6,2 milhões de passageiros, com um fluxo intenso no mês de agosto, quando turistas de todo o mundo visitam o país atraídos por suas reservas de animais selvagens e praias. O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, cujo pai, primeiro presidente do país, dá nome ao aeroporto, visitou o terminal para avaliar os danos. Mutea Iringo, funcionário do ministério do Interior, afirmou que as zonas de desembarque e imigração ficaram totalmente destruídas. "É uma crise grave", afirmou Michael Kamau, do ministério dos Transportes. "Em todo o aeroporto reina o caos", afirmou Sylvia Amondi, que esperava o desembarque de uma pessoa no JKIA. "Os restaurantes e as lojas foram destruídos. O teto da área de desembarque internacional desabou", disse. "A brigada de bombeiros do aeroporto atuou rapidamente, mas não havia funcionários suficientes", destacou. "Oficiais do exército e policiais chegaram com baldes para apagar o fogo", completou.