Em torno de 80% a 90% dos funcionários do sistema Eletrobras, inclusive os das distribuidoras federalizadas no Norte e Nordeste, estão neste momento de greve por tempo indeterminado. A paralisação tem como objetivo retomar as negociações entre a administração da estatal e as entidades sindicais, interrompidas desde a última reunião, ocorrida em 04 de julho. "Não queremos estar em greve, mas queremos a retomada das negociações", afirmou o diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), Emanoel Torres.
Neste momento, cerca de 50 pessoas estão concentradas na frente da sede da Eletrobras, na Avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro. De acordo com Torres, as equipes de operação que entraram no turno da noite não serão rendidas, enquanto as equipes de manutenção não realizarão seus serviços. O sindicalista, no entanto, garantiu que a greve não coloca em risco a operação do sistema Eletrobras, responsável por gerar e transmitir boa parte da energia consumida no Brasil.
De acordo com Torres, o impasse nas negociações do acordo coletivo estão em torno do reajuste salarial. Enquanto a Eletrobras está oferecendo o IPCA, que seria em torno de 6,5%, os trabalhadores querem 6,88% de aumento, calculado pelo Dieese, mais 4,3% que seria relativo ao crescimento do consumo de energia residencial no ano passado. "A Eletrobras ofereceu o IPCA e disse que não tinha mais nada a oferecer", disse.