O Ministério da Educação (MEC) montou um grupo de trabalho para levantar índices e motivos da evasão nos cursos técnicos e tecnológicos da rede federal. De acordo com portaria do MEC publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (25), a comissão terá 120 dias para apresentar os resultados do trabalho. O grupo é formado por membros da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) da pasta, além dos conselhos nacionais das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e de Dirigentes das Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais (Condetuf). A critério da coordenação, segundo a portaria do MEC outros especialistas poderão contribuir com o levantamento. Ao fim, o grupo deverá elaborar um manual de combate à evasão escolar nos institutos técnicos. Diretrizes do TCU Em abril, uma auditoria técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) em 38 câmpus da rede apontou evasão média de 24% nos cursos profissionalizantes voltados a alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de 19,4% nos feitos por quem acabou de concluir o ensino médio. O levantamento também indicou déficit de 8 mil professores na rede, o equivalente a 20% dos docentes necessários. À época, o MEC argumentou que as dificuldades são decorrentes da maior expansão histórica da rede de cursos técnicos federais, que têm 442 câmpus em funcionamento no País. O acórdão do TCU ainda citou oito recomendações ao MEC e à Setec. Entre os pontos estão ações de contratação de professores, políticas contra evasão e melhorias na relação com o setor produtivo local. A valorização da educação profissional, sobretudo com a criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em 2011, tem sido uma das principais bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista recente à TV Estadão, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que a prioridade da gestão nos próximos anos é fortalecer o ensino técnico.