SÍRIA

Guerra entre insurgentes deixa mais de 500 mortos

Combates provocam estragos há uma semana no norte da Síria, sobretudo nas províncias de Aleppo

France Press
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10/01/2014 às 13:20.
Atualizado em 27/04/2022 às 18:26

A guerra interna da oposição armada da Síria deixou mais de 500 mortos em uma semana, enquanto em Paris os países amigos da oposição tentarão pressioná-la no domingo para que aceite negociar com o regime. Há uma semana no norte do país, que escapa em grande parte há mais de um ano ao controle do presidente Bashar al-Assad, são registrados combates entre rebeldes majoritariamente islamitas e os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), que custaram a vida de mais de 500 pessoas, principalmente combatentes dos dois grupos. Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, afirmou à AFP que "482 pessoas morreram devido aos combates: 240 membros das brigadas rebeldes, 157 combatentes do EIIl e 85 civis". Entre os civis figuram 42 reféns executados pelo EIIL em seu quartel-general de Aleppo. Os rebeldes mataram, por sua vez, 47 combatentes do EIIL na província de Idleb (noroste), disse Abdel Rahman. "As outras vítimas morreram nos combates. Há certamente outras dezenas de mortos, mas não foi possível documentar com precisão", declarou. O OSDH pediu que "todos os crimes cometidos na Síria sejam levados ao Tribunal Penal Internacional". Estes combates provocam estragos há uma semana no norte da Síria, sobretudo nas províncias de Aleppo, Idleb e Raqa. Nesta sexta-feira, os rebeldes seguiram ganhando terreno nas províncias de Aleppo e Idleb, onde não há uma forte presença do EIIL, que avança na região de Raqa, sob controle dos jihadistas há vários meses. "Assad é nosso principal inimigo" Enquanto a guerra prossegue, onze países que apoiam a oposição moderada síria aumentarão suas pressões para convencê-la a participar da conferência de paz sobre a Síria, que começará no dia 22 de janeiro na Suíça. "Nós consideramos que (a conferência de) Genebra-2, desde que seu mandato seja respeitado, é necessária. Nós pedimos a uns e outros que façam um esforço para participar", declarou nesta semana o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, que propôs a iniciativa de um encontro ministerial convocado para domingo em Paris. A Coalizão, profundamente dividida em relação a esta questão e que se reuniu nesta semana em Istambul, adiou sua decisão até 17 de janeiro. Os principais grupos de combatentes insurgentes advertiram aos opositores políticos no exílio contra toda forma de negociação com o regime e o Conselho Nacional sírio, o principal componente da Coalizão, já anunciou que se nega a participar de Genebra-2 por falta de garantias sobre a partida de Assad. "É certo que a situação de nossos amigos da Coalizão, da oposição moderada, não é fácil. Eles têm que lutar em duas frentes, por um lado Bashar al-Assad, os iranianos, os russos, e por outro os movimentos terroristas", reconheceu Fabius. O encontro de domingo dos "Amigos da Síria" reunirá o presidente da Coalizão, Ahmad Jarba, com Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito e Jordânia. Estados Unidos e Rússia, que patrocinam a conferência de paz na Suíça, planejam discutir a situaçao na Síria a partir do dia seguinte, também em Paris.

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