No próximo domingo (24), Honduras realizará eleições gerais para o Executivo nacional e municipal e também para o Legislativo. Nas pesquisas de intenção de voto para presidente realizadas ao longo da campanha, dois candidatos alternaram o favoritismo com pouca diferença. Alguns institutos preveem vantagem à candidata Xiomara Castro, esposa do ex-presidente Manuel Zelaya; outros, apontam a preferência dos eleitores por Juan Orlando Hernández, candidato de direita apoiado pelo atual governo. Além de Xiomara e Juan Orlando, seis candidatos disputam as eleições presidenciais. Serão escolhidos também três vice-presidentes; 298 prefeitos; 128 representantes para o Congresso Nacional e 20 para o Parlamento Centro-americano. Xiomara Castro representa o Partido Liberdade e Refundação (Libre) que reúne movimentos sociais, correntes políticas liberais e apoiadores de Zelaya, deposto em junho de 2009 em um golpe militar no país. Criado em maio de 2011 por Manuel Zelaya, o Libre propõe romper com o bipartidarismo que alterna no poder em Honduras. No país, as duas siglas políticas dominantes são o Partido Nacional (PN) e o Partido Liberal (PL). Caso saia vitoriosa, Xiomara poderá ser a primeira presidente do país. Ela propõe realizar um novo Pacto Social e também uma Assembleia Nacional Constituinte para 'refundar' o país com uma estrutura estatal diferenciada. O candidato apoiado pelo governo de Porfírio Logo, Juan Orlando Hernández, é filiado ao Partido Nacional, mesma legenda do presidente. A imprensa opositora acusa Hernández de ter sido beneficiado pelo governo, além do uso da máquina estatal durante a campanha. O candidato Salvador Nasralla do Partido Anticorrupção (PAC) também se destacou e chegou a ocupar a terceira posição nas pesquisas. Ele é engenheiro, professor e jornalista. Sem nunca ter exercido um cargo público, aparece com 21% dos votos em algumas pesquisas eleitorais. Narsalla promete realizar uma ampla reforma da máquina pública, eliminando a duplicidade de cargos públicos e melhorando a gestão administrativa. Nasralla e Xiomara representam uma alternativa às configurações políticas hondurenhas e mostram uma tendência de diminuição da influência do bipartidarismo no país. Os demais candidatos na disputa são Mauricio Villeda, do Partido Liberal (PL); Orle Solís, do Partido Democracia Cristã; Jorge Aguillar, do Partido Inovação e Unidade (PINU); Andrés Pávon, do Partido Frente Ampla Política Eleitoral em Resistência e Romeo Vásquez, candidato da Aliança Patriótica. O representante dos liberais, Mauricio Villeda é filho do ex-presidente Ramón Villeda, aliado dos Estados Unidos durante o governo de Johnn Kennedy. Romeo Vásquez é general e, quando houve o golpe militar contra Manuel Zelaya, ocupava o cargo de Chefe de Estado Maior. Foi ele quem deu a ordem de sequestro e exílio forçado do presidente Manuel Zelaya em junho de 2009. Zelaya conseguiu retornar ao país, três meses após sua saída e ficou refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital hondurenha, entre setembro de 2009 e janeiro de 2010. O Supremo Tribunal Eleitoral de Honduras informou que mais de 5,3 milhões de eleitores foram convocados para as eleições. No país o voto é obrigatório e as eleições são observadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e também pela União das Nações Sul-americanas (Unasul).