CHUVAS

Inundações históricas continuam a afetar a Alemanha

A situação climática melhora na Hungria e o nível do rio Danúbio começa a cair em Budapeste

10/06/2013 às 16:04.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:32

A Alemanha seguia lutando nesta segunda-feira (10) contra as inundações históricas com centenas de novas evacuações e a visita da chanceler alemã no terreno, enquanto o nível do Danúbio começa a cair em Budapeste.

A chanceler alemã, Angela Merkel, fez sua terceira visita às áreas alagadas em uma semana. Em Wittenberg, ela elogiou o trabalho "impressionante" das equipes mobilizadas no local e, principalmente, dos jovens voluntários.

"Vemos hoje o quão formidáveis são os nossos jovens", disse Merkel, acrescentando: "Nós podemos nos orgulhar de nosso país quando vemos como as pessoas se unem em tempos tão difíceis".

Ela declarou que os danos custarão, "naturalmente, bilhões de dólares".

"Nós vamos nos reunir na quinta-feira com os chefes dos governos regionais e, claro, conversaremos sobre o que podemos fazer, mas é claro que o governo federal não decepcionará as pessoas", insistiu.

"A luta contra as inundações representa a maior intervenção realizada pelo Exército alemão em território nacional", afirmou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

Quase 20.000 soldados foram mobilizados para ajudar os milhares de voluntários nas regiões afetadas.

O número de mortes provocadas pelas inundações na Europa Central aumentou nesta segunda-feira com a descoberta na Áustria do corpo de uma pessoa, até então desaparecida, atingida por um deslizamento de terra.

Esta nova vítima eleva a 19 o número de mortos.

As perdas materiais continuam a ser difíceis de avaliar, mas as autoridades estimam em bilhões de euros.

Na Alemanha, a ruptura de um dique durante a noite em Fischbeck, região norte, provou que a situação continua tensa.

As autoridades ordenaram a retirada de 400 a 500 habitantes, enquanto a cheia do Elba avança para o norte.

Este incidente obrigou o fechamento de uma ponte ferroviária, o que prejudicou as linhas Berlim-Colônia-Frankfurt.

Mais ao sul, em Magdeburg, capital do estado regional de Saxônia-Anhalt, o nível do Elba começou a cair, a 7,30 metros, depois de alcançar 7,48 m no domingo. Habitualmente, o nível do rio fica em dois metros na região.

No domingo, o governo determinou a saída de 23.500 pessoas de Magdeburg e seus arredores. O alerta ainda não foi retirado.

"Podemos respirar um pouco mais aliviados, mas a tensão continua", declarou à AFP Klaus Puchta, dos serviços municipais.

O prefeito de Magdeburg, Lutz Trümper, ressaltou que sua cidade continua "em estado de emergência".

Os estados de Brandemburgo e da Baixa Saxônia esperam o aumento das águas. Em Wittenberg, em Brandenburgo, o Elba chegou a 7,85 metros no domingo, 50 centímetros a mais do que na última enchente recorde de 2002. Nesta região rural e escassamente povoada, as autoridades esperam que o rio atinja 8,20 metros de altura na terça-feira.

Mais ao sul, o retorno à normalidade é lento. Em Halle, os evacuados puderam regressar às suas casas.

Mas duas barragens continuam sob vigilância, enquanto grandes contêineres foram montados pelos serviços municipais para recolher os sacos de areia quando o alerta foi retirado.

Em Mühlberg (Brandeburgo), onde o nível do Elba baixou 1,20 m desde sexta-feira, as autoridades devem autorizar 3.000 pessoas voltarem a suas casas no início da tarde.

Na Hungria, depois de atingir o nível recorde 8,91 metros no domingo, o Danúbio começou a registrar uma queda e estava a 8,88 metros.

O prefeito de Budapeste, Istvan Tarlos, considerou que a situação "normalizou".

Mas as cheias ainda atingem a atividade das fábricas de automóveis. A montadora da Suzuki em Esztergom (55 km ao norte de Budapeste) deve continuar parada nesta segunda, e enquanto o seus funcionários continuarem sem poder entrar no local em razão das muitas estradas bloqueadas.

A fábrica da Audi em Györ (110 km a oeste de Budapeste) reordenou o trabalho de suas equipes.

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