HISTÓRICO

Irã e as grandes potências alcançam acordo nuclear

O anúncio veio depois de mais de quatro dias de negociações em Genebra entre o Irã e o Grupo 5+1

France Press
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24/11/2013 às 08:30.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:37

As grandes potências e o Irã chegaram neste domingo (24) a um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano, apesar das divergências sobre a crucial questão do enriquecimento de urânio. O anúncio veio depois de mais de quatro dias de negociações em Genebra entre o Irã e o Grupo 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia) mais a Alemanha. "Chegamos a um acordo sobre um plano de ação", declarou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, cercada por todos os ministros que participaram das negociações. Simultaneamente, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em Washington que o acordo "fecha o caminho mais óbvio" para a fabricação de uma bomba atômica pela República Islâmica do Irã. "Pela primeira vez em quase uma década, paramos os progressos do programa nuclear iraniano e partes muito importantes do programa serão canceladas", disse Obama. Ele acrescentou que se o Irã não cumprir com os termos acordados, o alívio das sanções, equivalente a 7 bilhões, será descartado, levando à asfixia da economia iraniana. Por sua vez, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei e o presidente iraniano, Hassan Rohani, elogiaram este pacto que "abrirá novos horizontes". "É preciso agradecer a equipe de negociadores nucleares por esta conquista (...) Graças a Deus, as preces e o apoio da população são, sem dúvida, a razão para este sucesso", declarou Rohani. De acordo com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, que dirigiu as negociações ao lado de Ashton, as discussões "foram concluídas com êxito", reconhecendo que o Irã "tem o direito inalienável" de perseguir com o enriquecimento de urânio. Mas de acordo com o secretário de Estado americano, John Kerry, o acordo "não diz que o Irã tem o direito de enriquecer (urânio), não importa o que alguns afirmam alguns comentários interpretativos". Irã enriquece atualmente urânio a 20%, um nível que levanta suspeitas de que seu objetivo é dotar-se de armas nucleares (o que requer um enriquecimento a 90%), pois estaria acima dos limites para fins estritamente civis. Israel denuncia "erro histórico" O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chamou neste domingo o acordo sobre o programa nuclear iraniano um "erro histórico", considerando que torna "o mundo mais perigoso". "O que foi concluído em Genebra não é um acordo histórico, mas um erro histórico", declarou Netanyahu à imprensa na abertura do Conselho de Ministros. "O mundo se tornou mais perigoso, porque o regime mais perigoso do mundo deu um passo significativo para a aquisição da arma mais perigosa do mundo", insistiu. "Israel não está ligado a este acordo", advertiu o premiê, assegurando que o "regime iraniano está comprometido em destruir Israel".

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