Alvo de operação da PF

Jair Bolsonaro é acusado de adulterar cartão de vacinação

"Nunca falei que tomei a vacina (de Covid-19). Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA", alega ex-presidente

Abr
04/05/2023 às 06:19.
Atualizado em 04/05/2023 às 06:19
Ação da Polícia Federal investiga adulteração em cartão de vacinação (Marcelo Camargo/ABr)

Ação da Polícia Federal investiga adulteração em cartão de vacinação (Marcelo Camargo/ABr)

A residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, foi alvo ontem de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal durante a Operação Venire, que investiga adulteração em cartões de vacinação. Os agentes recolheram o celular de Bolsonaro. 

"Nunca falei que tomei a vacina (de Covid-19). Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte", disse o ex-presidente ao deixar sua residência em Brasília, acompanhado de seus advogados de defesa.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Ao conversar com jornalistas na saída de sua casa, Bolsonaro disse que optou por não tomar a vacina após ler a bula do imunizante: "eu não tomei a vacina. Foi uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da (vacina) Pfizer."

Ele informou ainda que sua filha Laura Bolsonaro também não tomou a vacina. No Twitter, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro comentou a ação.

"A PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria "falsificação de cartão de vacina" do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada."

Entre os seis detidos na manhã desta quarta-feira está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Operação Venire
Por meio de nota, a Polícia Federal informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso. 

O advogado de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse que seu cliente só prestará depoimento à Polícia Federal após ter acesso aos autos da Operação Venire, deflagrada ontem.

Ao deixar a sede da PF, Wajngarten informou a jornalistas que estavam no local sobre outros três alvos de mandados na mesma operação: o policial militar Max Guilherme, segurança do ex-presidente; o tenente-coronel Mauro Cid Barbolsa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; além do militar do Exército Sérgio Cordeiro, que era também segurança presidencial.
“O Max Guilherme já prestou depoimento, já foi ao IML (Instituto Médico Legal) e já fez um exame de corpo de delito. O coronel Cid ainda não prestou depoimento; e Sérgio Cordeiro prestará depoimento em breve”, disse Wajngarten.

Petição
O advogado de Bolsonaro confirmou que não teve, até o momento, acesso sequer aos depoimentos dos outros investigados, mas que já entrou com uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso.

“O (advogado) Marcelo Bessa acompanhou a ação, logo cedo, de busca e apreensão na residência do [EX]presidente, e já peticionou ao ministro Alexandre de Moraes pedido para ter acesso aos autos da operação de hoje. O presidente virá depor tão logo tenha acesso aos autos, fato este que ainda não é se consumou”, acrescentou Wajngarten. 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou, ontem, que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro. Segundo a pasta, não há relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema. O comunicado acontece em meio à Operação Venire, deflagrada mais cedo pela Polícia Federal. Por meio de nota, o Ministério da Saúde ressaltou que mantém “rotina para a sua segurança” e que passa regularmente por auditorias. A pasta acrescentou que, desde o início das investigações, mantém conduta alinhada à Controladoria-Geral da União (CGU) e em consonância com a Lei de Acesso à Informação. “O Ministério da Saúde informa que colabora com as investigações da Polícia Federal na forma da lei e segue à disposição das autoridades.”

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