A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada de 23 a 28 de julho no Rio, contratou uma empresa de segurança privada que atuará com 2 mil homens dentro do Campus Fidei (ou Campo da Fé), em Guaratiba, na zona oeste da capital fluminense. A área, de cerca de 3,5 milhões de metros quadrados, sediará a vigília, no dia 27, e a missa de encerramento, no dia 28. Os dois eventos contarão com a presença do papa Francisco e devem atrair um público estimado em 1,5 milhão de católicos.
"Isso já estava mais ou menos previsto. Faltava definir o número de quantos (seguranças) seriam. Isso já está encaminhado. (...) Seriam 2 mil seguranças contratados pela Arquidiocese. Mais os voluntários, que não são seguranças, mas vão orientar os fiéis", disse nesta quinta-feira o arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local da Jornada, d. Orani Tempesta.
Como o evento é privado, a responsabilidade pela segurança pública ficará a cargo das Forças Armadas apenas nos acessos e no entorno do Campus Fidei, uma vez que será decretada garantia da le da ordem (GLO) nestes dois dias. Trabalharão apenas naquela região 4 mil militares.
Além dos seguranças particulares, o Campus Fidei deverá contar com a presença de policiais da Força Nacional de Segurança Pública (FNS). O Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira que a estimativa é que 1.700 agentes da FNS sejam enviados à capital para a Jornada. O número, entretanto, ainda não está fechado, uma vez que a Força Nacional é composta por homens das polícias dos Estados. O Ministério ainda está em negociação com os Estados para a liberação de policiais para o evento. Para se ter uma ideia da dificuldade, atualmente há 18 mil policiais estaduais no cadastro da FNS. Mas há somente 1.300 em atuação neste momento.
Além da enorme quantidade de fiéis, outra fonte de preocupação das Forças Armadas é a impossibilidade de se credenciar todos os seguidores que vão ao Campus Fidei. Os militares concordam que a imensa maioria do público será "ordeira", mas afirmam que nada impediria que aconteçam pequenos furtos, por exemplo, caso não houvesse segurança dentro do local do evento.
A única área do câmpus que terá controle de acesso e detectores de metais será o espaço vip, que ficará próximo ao palco onde Francisco participará da vigília e celebrará a missa de encerramento. No local, ficarão autoridades (como a presidente Dilma Rousseff), bispos, padres e jovens previamente credenciados.
Terraplanagem
Faltando pouco mais de dois meses para a Jornada, o terreno do Campus Fidei ainda passa por obras de terraplanagem. Ainda não há sinal de qualquer construção para abrigar as tendas de alimentação e atendimento médico, nem dos banheiros e telões que serão instalados em cada um dos lotes em que a área será dividida por ruas internas.
"(O terreno) vai ficar na terraplanagem mesmo. Só vai ter pedras nas ruas onde vão passar veículos e ambulâncias. Nunca se pensou em plantar grama, nada nesse sentido. Onde vai ser o palco, a terraplanagem já está pronta. Já está começando o 'estacamento'. Depois, é só dividir por ilhas e colocar os locais de atendimento médico, água, comida, banheiros. O que vai dar um pouco mais de trabalho é a energia elétrica para iluminar toda aquela área. Então, tudo vai estar pronto dentro do tempo", afirmou d. Orani.