A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e vários funcionários da área econômica foram denunciados judicialmente nesta terça-feira (28)por "falsificar" estatísticas sobre a inflação.
O deputado Alfonso Prat Gay (centro direita) baseou sua denúncia nas cifras divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), atualmente investigado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Economistas e consultores privados da Argentina também questionam as estatísticas oficiais, especialmente sobre a inflação, de um órgão controlado pelo governo desde 2007.
A denúncia por "falsificação de estatísticas" envolve Kirchner, o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, e a diretora do INDEC, Ana María Edwin, entre outros funcionários.
Prat Gay afirma que os denunciados estão enquadrados "em crimes de prevaricação, abuso de autoridade (...) violação de segredo, falsificação de documento publico, associação ilícita, malversação e fraude contra a administração pública...".
Segundo Prat Gay, um ex-funcionário do banco J.P.Morgan em Nova York, as manobras do INDEC têm impactado no cálculo do Produto Interno Bruto, referência para o pagamento de títulos públicos.
Devido às estatísticas da inflação, o FMI censurou a Argentina, algo inédito na história da entidade, que ameaçou o governo Kirchner de perda de acesso a créditos e do direito a voto caso as distorções permaneçam.
As autoridades anunciaram que estão elaborando um novo método de avaliação da inflação que poderá ser adotado até o final de 2013.
Segundo as cifras oficiais, a inflação na Argentina foi de 10,8% em 2012, mas especialistas acreditam que atingiu 25,6%, o que a converteria na mais alta da América Latina.
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