CONSUMIDOR

Lâmpada fluorescente 'queima' economia com energia elétrica

Proteste reprova cinco de oito marcas avaliadas em termos de durabilidade

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
12/06/2013 às 11:58.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:39

A Associação de Consumidores Proteste realizou recentemente uma série de ensaios que mostraram grandes deficiências na qualidade das lâmpadas oferecidas no mercado nacional. 

Nos testes, cinco das oito marcas analisadas apresentaram resultados abaixo do esperado e até diferentes do informado nas embalagens - a duração média de sete anos das lâmpadas fluorescentes oferecidas por algumas empresas ficou, na verdade, em apenas dois anos.

Fabricantes e representantes do setor contestaram os ensaios - que não seguiriam, segundo ele, os parâmetros determinados pelos órgãos nacionais. O principalmente questionamento da indústria é que os produtos atendem a uma portaria editada em 2006 e vigente até o final deste mês.

Uma nova começa a valer a partir de julho - e foi esta que teria sido usada para analisar os produtos. Mas, como lembra o advogado da Proteste, David Passada, falta menos de um mês para as novas normas entrarem em vigor e, por isso, era de se esperar que os produtos já tivessem sido adequados.

“Houve uma evolução em relação às antigas normas, mas, ainda assim, as regras são muito permissivas. Muitos fabricantes informam que a lâmpada tem durabilidade de sete anos e os testes mostraram que não chegam nem a dois”, criticou.

De acordo com a instituição, os ensaios foram realizados com lâmpadas fluorescentes compactas de 15w. Elas foram programadas para para acender e apagar 20 mil vezes, em ciclos de três minutos acesas e cinco minutos apagadas. Conforme a Proteste, todas as lâmpadas queimaram antes do limite estabelecido.

A situação se complica ainda mais quando se compara o produto brasileiro com equivalentes europeus: lá, segundo a entidade, as lâmpadas duram até 50 mil ciclos de liga/desliga nas mesmas condições utilizadas para mensurar a qualidade das lâmpadas nacionais.

“O resultado mostrou que a qualidade das lâmpadas ainda precisa avançar muito no País. O consumidor acaba sendo lesado ao comprar um produto cuja durabilidade não é a descrita no rótulo. Só não dissemos na conclusão do teste que as lâmpadas foram consideradas fora de conformidade porque a nova norma ainda não entrou em vigor”, explicou Passada.

Ele afirmou que a entidade já solicitou aos órgãos que estabelecem as normas técnicas para que aprimorem as regras para a fabricação de lâmpadas no Brasil. “As normas têm que ser mais exigentes”, frisou.

Segundo a Proteste, ao transformar os ciclos em anos de uso foi verificado que quatro marcas não durariam nem dois anos, caso as lâmpadas fossem acesas dez vezes por dia.

“O objetivo dessas lâmpadas é promover economia de energia e de gastos do consumidor, mas quando ele tem que trocar constantemente o produto, não há ganho nenhum”, salientou o advogado.

Ele apontou que outro problema verificado no teste foi que as lâmpadas perderam a capacidade de iluminar o ambiente com o passar do tempo. “Mais uma vez, o consumidor sai perdendo. Algumas marcas apresentaram resultado muito pior que outras - mas todas perderam a capacidade de iluminar”, disse.

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