RESPOSTA

Le Monde mantém informações sobre espionagem

Diretor dos serviços de inteligência dos EUA, James Clapper afirmou que informações são "inexatas e enganosas"

France Press
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23/10/2013 às 09:32.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:00

O serviço de inteligência dos Estados Unidos foi forçado a responder à insatisfação expressada pela França e México sobre a extensão de seu programa de espionagem, garantindo que as notícias sobre o assunto eram "imprecisas e enganosas". O diretor de Inteligência Nacional americano, James Clapper, questionou a veracidade das matérias publicadas no jornal francês "Le Monde" esta semana sobre as atividades de inteligência americana. Questionado pela AFP, o jornal confirmou nesta quarta-feira as informações sobre as operações de espionagem em massa da NSA na França. "A informação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) realizou mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses é falsa", assegurou Clapper, sem fornecer mais detalhes. "Os Estados Unidos coletam informações para proteger sua nação, seus interesses, e para proteger seus aliados, principalmente, de ameaças terroristas, ou da proliferação de armas de destruição em massa", acrescentou o diretor, concluindo que os Estados Unidos "concedem grande importância a sua longa amizade com a França e continuarão cooperando em matéria de segurança e inteligência". Na segunda-feira, o jornal "Le Monde" revelou detalhes da espionagem telefônica da NSA a cidadãos franceses, com base nos documentos sigilosos vazados pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden. Na terça, "Le Monde" divulgou novas informações sobre as escutas em embaixadas, incluindo a representação da França na sede da ONU, em Nova York. Segundo o jornal, a NSA fez 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013. Alguns observadores e a imprensa francesa também relativizaram o impacto do caso na relação entre os dois países. O jornal Le Parisien/Aujourd'hui escreveu em sua manchete "Paris irritado, mas não muito". Os especialistas ressaltam ainda que os dois países precisam um do outro na cooperação contra o terrorismo. O presidente francês, François Hollande, expressou sua "profunda rejeição" às "práticas inaceitáveis" de seu aliado em uma conversa por telefone com Barack Obama e pediu "uma cooperação bilateral" entre os serviços de inteligência. Investigação "exaustiva" do México Por sua parte, o ministro do Interior mexicano, Osorio Chong, anunciou terça-feira que o México vai conduzir uma investigação "exaustiva" sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos. "O presidente ordenou uma investigação que irá determinar se existem provas da espionagem americana e se os cidadãos ou funcionários mexicanos participaram", explicou. O governo, segundo ele, "revisou e reforçou os mecanismos de segurança das comunicações, dos dados e redes, sistemas de software, codificação e criptografia usados pelo presidente e todos os serviços de segurança do governo", desde a chegada em dezembro à presidência de Enrique Peña Nieto. Já o chefe da diplomacia mexicana, José Antonio Meade, de passagem por Genebra, anunciou que convocará em breve o embaixador dos Estados Unidos para esclarecimentos sobre a suposta espionagem de e-mails do ex-presidente Felipe Calderón. Em 5 de setembro, o presidente Pena Nieto assegurou que Barack Obama havia prometido uma investigação sobre as acusações de espionagem. E no último domingo, o jornal alemão Der Spiegel revelou que a NSA havia espionado e-mails do ex- presidente mexicano Calderón a partir de maio de 2010 e "sistematicamente e durante anos o governo mexicano". "Confrontado a estes novos elementos e a uma resposta (americana) insuficiente e, portanto, inadmissível, o Governo do México enfatiza a necessidade de iniciar (...) a investigação prometida pelo presidente Obama", declarou Meade terça-feira em Genebra. Ele pediu para que a investigação seja concluída o mais "rápido possível" para determinar os responsáveis dessas atividades de espionagem. Veja também Ciberespionagem, inevitável entre Estados França e México reagiram com indignação ao descobrirem que a NSA havia espionado comunicações telefônicas Todos os países da América Latina foram espionados Jornalista contou que documentos vazados estão guardados em diferentes partes do mundo Diretor de Inteligência dos EUA nega espionagem na França Segundo o jornal francês Le Monde, mais de 70 milhões de telefonemas é falsa, disse Clapper França exige explicações dos EUA sobre espionagem Em 30 dias, agência americana fez 70,3 milhões de gravações de telefonemas franceses

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