TJ-SP

Líder do PCC é transferido para isolamento

Paulo Cézar Souza Nascimento Junior, o Paulinho Neblina, é suplente da cúpula da facção

Agência Estado
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25/10/2013 às 09:42.
Atualizado em 27/04/2022 às 17:12

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou na quinta-feira (24), a internação do primeiro líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Trata-se de Paulo Cézar Souza Nascimento Junior, o Paulinho Neblina, de 40 anos, que atua como suplente da cúpula da facção, a Sintonia Final Geral. Neblina é suspeito ainda de ter dado a ordem para que a organização deflagrasse uma greve branca caso os seus líderes fossem transferidos para o RDD. Atualmente, a maioria da cúpula da facção está na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. O Ministério Público Estadual (MPE), depois de três anos e meio de investigação, pediu à Justiça a decretação da prisão de 175 acusados de dirigir a facção e a transferência de 35 deles para o RDD, em Presidente Bernardes, também na região oeste de São Paulo. Quando tomaram conhecimento do pedido - negado em primeira instância pela Justiça -, a direção do PCC lançou a ameaça da greve branca, impedindo a entrada de novos detentos nas penitenciárias paulistas. Em caso de intervenção da Tropa de Choque, a cúpula da facção ameaça retornar os atentados contra policiais nas ruas do Estado. Neblina está condenado a 82 anos de prisão por sequestros. É apontado pelo MPE como um dos mais violentos presos do PCC. Nas interceptações feitas durante a megainvestigação, Neblina aparece em conversa de 7 de novembro de 2012 planejando a doação de uma ajuda de R$ 4 mil por mês para as famílias de presos do PCC que fossem transferidos para penitenciárias federais - esse foi o caso de um dos integrantes da cúpula, Roberto Soriano, o Tiriça, que foi mandado para Porto Velho. Em outra telefonema grampeado, o líder do PCC é flagrado passando um “salve geral” - ordem para ser cumpridas por toda a organização -, no qual determina que seus integrantes fiquem “de prontidão nos presídios”. Transferência A decisão de interná-lo no RDD foi tomada pelo desembargador José Amado de Faria Souza depois de o MPE recorrer da decisão que negava o pedido. Para o desembargador, os fatos relatos são crimes permanentes - seus efeitos e sua prática não se esgotam no passado, mas permanecem no presente -, pois os detentos continuam trabalhando para a facção. Ainda nesta quinta, outro recurso foi julgado pelo TJ-SP. Trata-se do preso Claudio Barbará da Silva, outro dos suplentes do PCC. Em seu caso, a Justiça negou o recurso do MPE. Falta a Justiça julgar ainda 33 recursos, entre eles o do líder máximo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. (Colaborou Sandro Villar).  Veja também Testemunha protegida diz que PCC mandou matar sua mulher Após delação premiada, companheira da testemunha foi encontrada morta no banheiro de sua residência, em São José dos Campos Tribunal de Justiça nega prisão imediata no caso PCC Prisão preventiva dos 175 denunciados pelo MP volta a ser negada pelo TJ-SP Quem governa São Paulo Intimidação e políticas de segurança

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