CASO WIKILEAKS

Manning era um soldado politizado, diz testemunha

Afirmação foi feita pela sua chefe no Exército, no 3º dia do julgamento contra o analista de inteligência

France Press
correiopontocom@rac.com.br
05/06/2013 às 18:33.
Atualizado em 27/04/2022 às 14:28

Bradley Manning não escondia sua tendência política e se destacava como um excelente conhecedor de informática, disse nesta quarta-feira (5) sua chefe no Exército, no terceiro dia do julgamento contra o analista de inteligência que vazou milhares de documentos secretos para o Wikileaks.

Acusado de colaborar com o inimigo, neste caso a Al-Qaeda, Manning, de 25 anos, assinou um acordo de confidencialidade e passou a processar informação sobre as guerras do Iraque e Afeganistão.

Jihrleah Showman trabalhou com Manning no Iraque, em 2009, e foi sua supervisora em uma base do leste de Bagdá.

"Ele me disse que era muito habilidoso com os computadores. Que não tinha nada que não soubesse fazer com um computador", disse Showman diante da corte marcial de Fort Meade, em Maryland.

"As senhas não eram complicadas e conseguiu passar por elas", afirmou, acrescentando: Ele era "a única pessoa que eu conhecia que sabia de computadores" e conseguia resolver esses problemas.

Ao ser interrogada pelo advogado civil da defesa de Manning, David Coombs, sobre se o acusado era "muito político" e se poderia ser classificado como um "extremista democrata", Showman respondeu que "sim".

Showman reconheceu o excelente trabalho de Manning em Bagdá e disse ter feito parte do grupo de soldados que assistiu ao vídeo do chamado "assassinato colateral". Nessa gravação, dois helicópteros Apache disparam contra pelo menos 12 pessoas em Bagdá, enquanto os pilotos gritam "morte aos bastardos".

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