Sair de casa sabendo que ela está sendo vigiada, tanto por câmeras de segurança quanto pelos próprios vizinhos, é, no momento, melhor sensação para moradores da rua Martins Everaldo Neto, no bairro Castelinho, que desde esta semana contam com monitoramento 24 horas nas 17 casas da rua.A medida foi tomada após o assassinato da assistente social Maria Antonia Sanches Baesteiro Baldessim, 47, no dia 27 de agosto deste ano, durante tentativa de assalto. Dias depois, um grupo de moradores se reuniu com o vereador Pedro Kawai, Polícia Militar e Guarda Civil e o delegado Windor Claro Gomes, do 7 DP, ocasião em que foi feita a sugestão. Os moradores preferiram não se identificar, mas disseram à reportagem que instalar as câmeras também fez com que os vizinhos se aproximassem mais uns dos outros."Quando fizemos a primeira reunião fiquei impressionada ao saber que alguns vizinhos nunca haviam se falado. E tem gente que mora aqui há mais de 10 anos. Foi de fundamental importância esse contato. Agora, fizemos uma lista com o telefone de casa e celular de cada morador. A qualquer problema, a gente faz contato", contou uma autônoma de 43 anos.O sistema que foi instalado tem uma central que fica em uma das casas e permite aos moradores vigiarem a rua 24 horas. Para adquirir os equipamentos, cada um arcou com cerca de R$ 200,00, porém não terão de pagar mensalidade. Foi tudo cotado antes de fechar contrato, inclusive com a participação de outra empresa que oferece o mesmo tipo de serviço."Eu, que tenho medo de tudo, estou me sentindo ótima com a câmera funcionando. Pelo menos, antes do meu marido sair para o trabalho eu olho como está a rua", disse outra moradora. "Ontem (quinta-feira), minha filha me chamou para mostrar que havia uma pessoa estranha na rua. Ficamos observando e quando ela se virou vimos, pela imagem, que era morador. Isso facilitou demais nossa vida", ressaltou.Ela disse que sabe que as câmeras não irão resolver o problema da violência, mas acredita que vai amenizar. "Sabemos que a polícia não dá conta de tudo, principalmente porque falta estrutura. A segurança é problema de todos e, quando podemos, temos de fazer nossa parte", afirmou. Apoio O chefe do setor de Comunicação Social do 10 Batalhão, capitão Causo, disse que a corporação apoia este tipo de atitude. "Faz parte do programa Vizinhança Solidária, onde um vizinho alerta ao outro sobre suspeitos", disse. Para quem não dispõe de muitas condições financeiras para instalação de câmeras, uma sugestão da polícia é a utilização de apitos. Ao sinal de qualquer suspeita, um vizinho começa a apitar, alerta aos demais que pegam seus apitos e a barulheira vai espantar o ladrão."A população fazer a sua parte na questão da segurança é o caminho, porque a polícia não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo", completou.