PIRACICABA

Morte de acusado de roubo acaba em vandalismo

Grupo de moradores do Jardim Esplanada, em Piracicaba, ateou fogo em dois ônibus

Da Agência Estado
correiopontocom@rac.com.br
05/09/2013 às 10:14.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:18

A morte de um acusado de roubo a estabelecimento comercial, durante confronto com a Polícia Militar, na noite de quarta-feira (4) à noite, provocou a revolta de um grupo de moradores do Jardim Esplanada que ateou fogo em dois ônibus do transporte coletivo. Os dois veículos estavam na rua Bogotá - um no cruzamento com rua Infante Dom Henrique e outro nas proximidades da avenida Raposo Tavares. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) levou duas pessoas para o Pronto-socorro. Elas passaram mal por inalar fumaça. Uma moradora, que presenciou um ônibus em chamas em frente a sua casa, disse que em 30 anos no bairro nunca viu algo parecido. "A gente via esses casos pela televisão. Mas, jamais imaginei presenciar um fato horrível desses", declarou. A mulher, que tem 52 anos, disse que estava na cozinha de sua casa - aos fundos - preparando o jantar, quando ouviu gritos. Como é grande a movimentação de pessoas que sobem e descem a rua o tempo todo, ignorou. "Continuei cozinhando e, de repente, ouvi um estouro. Fui até a janela e percebi que havia um clarão. Quando fui até a porta da sala, vi o ônibus em chamas, a menos de dois metros da garagem de casa, onde estavam guardados dois veículos", contou.  Ela disse que chamou o marido, que ligou rapidamente a mangueira do jardim e começou a jogar água no ônibus. "A quentura era muito grande, porque as chamas eram altas", descreveu."Minha vizinha também pegou a mangueira e começou a jogar água. Os policiais chegaram e assumiram o controle da situação", disse. A mulher afirmou que, diante do desespero, começou a rezar. "Eu só pedia: Jesus, minha Nossa Senhora Aparecida, coloquem as mãos para apagar este fogo. Minha casa, minha família e meus carros correm risco", contou à Gazeta. Os bombeiros chegaram e, aos poucos, segundo ela, as chamas foram sendo combatidas. "Depois que tudo passou fui rezar e agradecer a Jesus e Nossa Senhora Aparecida por nos livrar de algo pior", afirmou a moradora. Um outro morador falou que está assustado depois de tudo o que viu e também não esperava que um bairro, que nunca teve conflito, tenha se tornado uma praça de guerra como nos filmes de ações policiais. "As chamas eram muito altas e a gente não sabia o que fazer. Espero que tenha sido a primeira e última vez", disse. Combate O tenente Alexandre Garcia, do Posto de Bombeiros, que seguiu para o bairro com apenas uma viatura de incêndio, já que a informação inicial era de que só um ônibus pegava fogo, ao chegar ao local teve de reposicionar homens do Resgate para outro caminhão. O ônibus que estava no final da rua, segundo ele, queimou inteiro. O outro, perto da avenida Raposo Tavares, teve almofadas, forro e a frente destruídos. Ele disse também que os bombeiros trabalharam com tranquilidade. "Os próprios moradores nos auxiliaram no combate às chamas. Todos muito solícitos", ressaltou.  O veículo que estava no final da rua, segundo ele, teve grande vazamento de óleo diesel. "O perigo era o fogo propagar para outras casas, mas conseguimos controlar", disse. Um fio de energia elétrica rompeu e caiu no chão, causando curto-circuito. Uma casa ficou sem energia, mas o restante foi restabelecido rapidamente.  O roubo Segundo a polícia, o rapaz assaltou um estabelecimento e fugiu. Na rua Bogotá, cruzamento com Travessa Esplanada, houve confronto e ele foi atingido por três tiros. O socorro foi acionado, mas ele morreu antes de ser resgatado. O caso do incêndio deverá ser acompanhado pelo delegado João Batista Vieira de Camargo, do 3° DP. A ocorrência da morte do acusado foi feita no plantão policial da rua do Vergueiro.

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