Uma menina de apenas seis anos de idade, Letícia de Lima, faleceu na Santa Casa de Piracicaba por parada respiratória após ter ficado diversos dias sendo atendida, medicada e liberada no PS (Pronto Socorro) do Piracicamirim. A família suspeita de possível caso de negligência médica.
Segundo o pai de Letícia, José Vicente de Lima, de 39 anos, morador do bairro Serra Verde, em Piracicaba, a filha começou a passar mal na sexta-feira da semana retrasada, dia 12 de julho, quando foi levada até o PS do Piracicamirim com crises de vômito. Ela foi atendida por um médico, que receitou dipirona e a liberou para voltar para casa. "Já nesse dia, o atendimento foi muito rápido", disse Lima.
Ele explicou que a garota passou o final de semana com vômitos e começou a também a ter inchaço na barriga. Na segunda-feira, dia 15 de julho, como a barriga estava muito inchada, eles decidiram levá-la novamente para o PS onde foi feita uma lavagem estomacal e orientado que se voltasse a ter dores para tomar dipirona. "Disseram pra gente que o inchaço podia ser por causa das fezes que estavam paradas na barriga".
Na terça-feira (16), ela chegou a brincar com as irmãs, mas na quarta (17), sua barriga ainda continuava inchada. Então Lima levou a filha mais uma vez ao PS, onde, segundo ele, foi feita uma nova lavagem. No final da tarde foi encaminhada para a Santa Casa onde teria sido constatada uma apendicite.
Após a cirurgia, Letícia permaneceu internada na UTI sem sinais de melhora. Às 22h30 de sábado, a família foi avisada que ela tinha tido uma parada respiratória, que haviam tentado reanimá-la, porém, sem sucesso.
Ainda inconformado pela morte precoce da filha, Lima disse que não sabia ainda o que faria, mas ressaltou a falta de comprometimento no socorro à filha. "Se tivessem descoberto a doença dela desde a primeira consulta, hoje, ela estaria viva".
Prefeitura
Além de informar que irá apurar os procedimentos, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que a menor Letícia de Lima passou por atendimento pediátrico na UPA do Piracicamirim, com diferentes quadros.
“No primeiro dia (12), a mãe da criança alegou que e menor estava com vômito e dor de barriga. Não tinha febre. Foi medicada e depois liberada. No segundo dia (15), a criança retornou à Unidade. A mãe informou que ela não evacuava há 3 dias. Não tinha febre. Após raio-x, o médico pediu uma lavagem.
Foi dispensada ao apresentar melhoras do quadro inicial. No dia 17, retornou à UPA (13h), com a mãe alegando que novamente a criança não evacuava e apresentava dor abnominal e vômito. O médico pediu internação e a vaga saiu às 16h - Santa Casa. A Secretaria irá apurar os procedimentos, ouvindo a mãe e os profissionais pediatras que atenderam a criança.”
