LATROCÍNIO

Mulher tenta fugir de ladrões e é morta em Piracicaba

Assistente social foi assassinada dentro do carro, na porta de sua casa, nesta terça

Ana Cristina Andrade
ana.andrade@gazetadepiracicaba.com.br
28/08/2013 às 12:14.
Atualizado em 27/04/2022 às 16:04

A assistente social Maria Antonia Sanches Baesteiro Baldessin, 47, foi assassinada nesta terça-feira (27) dentro do carro, na porta de sua casa, à rua Martim Everaldo Neto, no Jardim Morato, região do bairro Castelinho, em Piracicaba. Os criminosos nada levaram, nem mesmo a bolsa dela que estava dentro do carro. Na hora do crime, às 13h, segundo apurou a Gazeta, ela, que era carinhosamente chamada de "Mel", estaria saindo para uma reunião do Conselho de Assistentes Sociais, que ocorreria na Câmara de Vereadores. (Leia abaixo: PM aconselha que vítimas não devem reagir).Com um tiro no pescoço e outro na região temporal, conforme perícia inicial, ela morreu sentada no banco do carro, com um pé na embreagem, outro no acelerador e a primeira marcha do veículo engatada.Segundo policiais que tiveram acesso às imagens de uma câmera de uma casa próxima, ao ser abordada pelo marginal, ela deu ré no carro jogando-o para cima da bicicleta que ele estava e, em seguida, engatou a primeira para escapar do assalto.O bandido foi para o lado do passageiro - banco da frente - segundo mostram as imagens, e deu um tiro na mulher. Em seguida colocou a cabeça dentro do carro, provavelmente para certificar-se de que ela havia sido atingida, e deu o segundo tiro.Ela ficou imobilizada e com a cabeça deitada para o lado do banco do passageiro. O portão eletrônico estava entreaberto, o que indicou que Antonia teria acionado o controle remoto, já do lado de fora, ele estava fechando quando os criminosos chegaram.Uma vizinha disse que ouviu os tiros e foi olhar a câmera da frente de sua casa. "Uma coisa horrível. Meu Deus, como é que alguém faz uma coisa dessas?", perguntava. Uma moradora da rua de cima disse que ouviu os tiros e, inicialmente, pensou se tratar de bombas."Até saí na sacada que fica nos fundos de casa, de onde me permite enxergar a rua da casa dela, mas minha visão não alcançou o lugar em que ela estava. Logo fiquei sabendo o que aconteceu. Lamentável", declarou.Um aposentado, de 68 anos, falou que o bairro tem sido frequentado por usuários de drogas que se reúnem, principalmente, nas áreas verdes das ruas sem saída. "A gente nem pode criticar a polícia, porque ela vem e faz o papel dela levando os criminosos para a cadeia. A Justiça é que solta essa cambada".Outro vizinho disse que Maria Antonia morava em um prédio e há dois meses mudou-se para a casa. Ela teria comentado sobre a falta de segurança. "Voltou para morrer. Uma judiação", destacou.O delegado do 7º DP, Windor Claro Gomes, registrou ocorrência de homicídio com investigação se latrocínio (roubo seguido de morte).Funcionária PúblicaMaria Antonia, segundo apurou a Gazeta, trabalhava atualmente na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes) e fazia parte do Creas 2 (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), à avenida Itália, no Cidade Jardim.Era viúva e deixa duas filhas, sendo uma delas adolescente. O corpo está no Velório "A" do cemitério Parque da Ressurreição e o sepultamento será às 16h de hoje no mesmo local.Denuncie - Bicicleta pode levar aos autoresNa fuga, os marginais deixaram para trás a bicicleta usada por um deles, que tem a numeração 80201898, e que segundo a polícia ela pode ter sido roubada de alguém. Se pertencer aos criminosos, qualquer pessoa pode tê-la visto pelo bairro.Se alguém a viu poderá denunciar no telefone 197, durante 24 horas, ou na Delegacia de Investigações Gerais pelo telefone (19) 3433-2997, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.No chão, bem próximo do carro da assistente social, também foram abandonados vários lacres conhecidos como "enforca-gatos". A suspeita é que eles levariam a vítima para dentro de casa e a amarrariam, enquanto roubassem o que quisessem. O telefone do 7ºDP é (19) 3433-2550. Vítimas não devem reagir, orienta a PM Às 22h20 desta segunda-feira (26), no Jardim Panorama, em Piracicaba, uma pedagoga de 62 anos reagiu ao assalto na casa dela e se livrou de levar um tiro porque o ladrão - preso minutos depois pelos soldados Brito e Peterson, da 1ª Companhia - estava armado de revólver.De acordo com o PM, ela estava na garagem, já havia fechado o portão eletrônico quando deu de cara com os marginais encostando a arma no seu veículo. "Ela deu marcha ré no carro e saiu arrancando o portão. Uma vizinha saiu na rua e conseguiu anotar a placa do Monza que eles ocupavam. Cruzamos com eles numa outra via pública, fugiram e os acompanhamos por 15 minutos. Foi feito o certo e os prendemos", disse Brito. Dica da PMO coordenador operacional do 10º Batalhão, capitão Adail Koga Fernandes, disse que apesar do nervosismo e da adrenalina das vítimas ao serem assaltadas, "ninguém deve reagir. O bem material não é tão importante quanto a vida", declarou.O oficial também dá dica para quem está chegando em casa que fica em locais ermos ou ao lado de terrenos baldios. "A pessoa deve observar se não há pessoas estranhas nas proximidades. Se tiver alguém suspeito deve ligar imediatamente para o 190 e se afastar dali", ressaltou."Para quem vai sair de casa, se tiver condições financeiras, pode instalar câmeras na frente da casa. Se for sair e observar gente desconhecida na frente, ou ainda próximo, sabendo que não está esperando ninguém deve nos ligar também". 

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